|
Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Limite de aumento de 60% para residências e de 80% para imóveis comerciais causará perda de R$ 100 mi em 2002
Marta fixará teto para reajuste de IPTU
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta de IPTU progressivo
que seguirá para a Câmara Municipal amanhã incluirá a adoção de
um teto para o reajuste. O limite
deve ser de 60% para residências e
de 80% para comércio e indústria
no imposto que será cobrado em
2002, segundo a Folha apurou.
Pela proposta anterior que havia sido divulgada pela prefeitura,
o reajuste poderia passar de 300%
para determinados contribuintes.
A idéia de adotar tetos de reajuste do IPTU (Imposto Predial e
Territorial Urbano) saiu de uma
das simulações feitas pela Secretaria das Finanças e agradou Marta
Suplicy (PT). Sua adoção deverá
ser confirmada hoje pela prefeita.
Pelo estudo feito pela equipe do
secretário João Sayad, a medida
significará abrir mão de cerca de
R$ 100 milhões em 2002, apesar
do Orçamento "apertado" de R$
9,5 bilhões do ano que vem.
A prefeitura, porém, tem um
plano para tentar recuperar a perda que poderá ter ao adotar os tetos de reajuste.
Fará campanha para intensificar a cobrança dos futuros contribuintes isentos uma dívida de cerca de R$ 400 milhões em impostos atrasados.
Críticas
A possibilidade de nenhum
contribuinte pagar mais de 80%
de reajuste de IPTU em 2002 surgiu após a proposta anterior receber críticas duras de setores que
mais seriam atingidos com aumentos em 2002, como o comercial e o industrial.
A Prefeitura de São Paulo também já havia admitido que teria
dificuldade para aprovar no Legislativo a proposta do novo IPTU progressivo sem a versão com
limites de aumento.
Na Câmara Municipal, a proposta de progressividade precisará do voto de 37 dos 55 vereadores
paulistanos para ser aprovada, e
Marta não tem esse apoio.
A Prefeitura de São Paulo e a
equipe das Finanças nunca divulgaram exatamente a quanto chegaria o maior reajuste de IPTU no
ano que vem, sem o teto.
Simulações, sem considerar a
nova proposta de reajustes máximos, projetavam apenas que o aumento poderia passar de 300% no
caso de 25 contribuintes.
Com o teto de 60% e 80%, ainda
não é possível saber quantos e que
tipo de contribuinte será beneficiado. Pelos dados divulgados antes, há apenas uma simulação
mostrando que 19.573 contribuintes teriam reajuste entre 50%
e 100% no IPTU 2002.
Arrecadação
Por essa proposta anterior, sem
o teto, a administração arrecadaria R$ 1,893 bilhão com o imposto
no ano que vem.
O salto de R$ 536 milhões, em
relação à arrecadação estimada
para este ano em R$ 1,357 bilhão,
ocorreria fundamentalmente devido a duas mudanças.
A primeira é a adequação da
Planta Genérica de Valores
(PGV), que contém os valores venais dos imóveis, a base para cálculo do imposto.
Os valores venais correspondem, em média, a 70% do valor
que o imóvel vale no mercado, segundo a Secretaria das Finanças.
A outra mudança é adoção de
alíquotas progressivas do imposto. Diferentemente deste ano, em
que foi aplicado uma alíquota
única de 1% sobre o valor venal
para todos os contribuintes, os índices ficarão entre 0,8% e 1,6%,
para residências.
No caso de construções comerciais e de terrenos, a alíquota irá
variar de 1,2% a 1,8%, segundo já
divulgou a prefeitura.
Isentos
Outras mudanças já anunciadas
provocarão também a ampliação
do número de contribuintes que
têm isenção de IPTU.
Dos atuais 540 mil, o número de
isentos chegaria a 1,627 milhão,
segundo divulgou a administração. No total, a cidade tem 2,5 milhões de contribuintes.
Mas até isso não atraiu apoio à
proposta na Câmara. Em discussões que estão ocorrendo no Legislativo sobre o Orçamento 2002,
vereadores, principalmente oposicionistas, consideraram o número de contribuintes isentos em
2002 elevado.
Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: "Ele nega que esteja envolvido..." Índice
|