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ENSINO ESTADUAL
1.025 estabelecimentos foram premiados pelo governo de SP
Reduzir a evasão qualifica escola
RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em premiação realizada ontem,
a secretaria estadual da Educação
inaugurou nova metodologia para indicar as melhores escolas públicas de São Paulo. Pela primeira
vez, a escolha levou em conta,
além do rendimento dos alunos, a
taxa de evasão da unidade.
Até 2000, a seleção era feita exclusivamente a partir dos resultados do Sistema de Avaliação do
Rendimento Escolar do Estado de
São Paulo. Aplicado desde 1996, o
Saresp é uma espécie de provão
do ensino fundamental paulista.
Agora, passou a contar também
a capacidade de manter o aluno
na escola. Unidades com bom desempenho no exame, mas abandono acima da média, tiveram a
avaliação final prejudicada. Em
outros casos, notas menos satisfatórias no Saresp foram compensadas por empenho expressivo no
combate à evasão.
Embora tenha causado alterações pontuais, o novo critério não
mudou de forma significativa a
relação das melhores escolas da
rede (disponível no site www.saopaulo.sp.gov.br). Para o governo,
o objetivo não era virar a lista do
avesso, mas apontar uma redefinição no conceito de qualidade.
"É relativamente fácil obter notas melhores se você expurga os
alunos com problemas de aprendizado", diz a secretária Rose
Neubauer. "O desafio é melhorar
ensinando a todos."
A média de evasão é 4,7% no ensino fundamental e 12% no médio
em São Paulo. Das 3.900 escolas
avaliadas, 26% foram premiadas
(1.025). Dessas, 345 classificaram-se como "destaque" e 680 como
"acima da média". As demais integram três categorias, em ordem
decrescente de qualidade.
Grupos de dez pessoas de cada
escola premiada farão viagens de
estudo pelo Brasil. As 3.900 receberão um total de R$ 30 milhões
para aquisição de material pedagógico e implementação de projetos. A diferença é que as não-premiadas, para obter o dinheiro, terão de apresentar e ver aprovadas
suas propostas de gastos.
Os alunos de quinta série avaliados no Saresp 2000, edição que
serviu de base à atual premiação,
obtiveram média de 55,1 na prova
de matemática e de 44 na de português (habilidades medidas em
escala de zero a cem).
As médias do Saresp 2000 são
inferiores às de exames anteriores. No caso de português, o resultado chama atenção por estar 12
pontos atrás do obtido na série
mais próxima (a sexta, avaliada
em 1996). Rose Neubauer credita
esse desempenho, em parte, à especificidade da quinta série. "É o
primeiro ano sem professor polivalente", diz. "A transição é difícil
para muitos alunos."
Na próxima edição, a prova será
apenas de português, "porque a
correlação dessa disciplina com o
aprendizado das demais é muito
alta", argumenta a secretária. E
não será dada pelo professor, mas
por aplicador externo.
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