São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2001

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ENSINO ESTADUAL

1.025 estabelecimentos foram premiados pelo governo de SP

Reduzir a evasão qualifica escola

RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em premiação realizada ontem, a secretaria estadual da Educação inaugurou nova metodologia para indicar as melhores escolas públicas de São Paulo. Pela primeira vez, a escolha levou em conta, além do rendimento dos alunos, a taxa de evasão da unidade.
Até 2000, a seleção era feita exclusivamente a partir dos resultados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo. Aplicado desde 1996, o Saresp é uma espécie de provão do ensino fundamental paulista.
Agora, passou a contar também a capacidade de manter o aluno na escola. Unidades com bom desempenho no exame, mas abandono acima da média, tiveram a avaliação final prejudicada. Em outros casos, notas menos satisfatórias no Saresp foram compensadas por empenho expressivo no combate à evasão.
Embora tenha causado alterações pontuais, o novo critério não mudou de forma significativa a relação das melhores escolas da rede (disponível no site www.saopaulo.sp.gov.br). Para o governo, o objetivo não era virar a lista do avesso, mas apontar uma redefinição no conceito de qualidade.
"É relativamente fácil obter notas melhores se você expurga os alunos com problemas de aprendizado", diz a secretária Rose Neubauer. "O desafio é melhorar ensinando a todos."
A média de evasão é 4,7% no ensino fundamental e 12% no médio em São Paulo. Das 3.900 escolas avaliadas, 26% foram premiadas (1.025). Dessas, 345 classificaram-se como "destaque" e 680 como "acima da média". As demais integram três categorias, em ordem decrescente de qualidade.
Grupos de dez pessoas de cada escola premiada farão viagens de estudo pelo Brasil. As 3.900 receberão um total de R$ 30 milhões para aquisição de material pedagógico e implementação de projetos. A diferença é que as não-premiadas, para obter o dinheiro, terão de apresentar e ver aprovadas suas propostas de gastos.
Os alunos de quinta série avaliados no Saresp 2000, edição que serviu de base à atual premiação, obtiveram média de 55,1 na prova de matemática e de 44 na de português (habilidades medidas em escala de zero a cem).
As médias do Saresp 2000 são inferiores às de exames anteriores. No caso de português, o resultado chama atenção por estar 12 pontos atrás do obtido na série mais próxima (a sexta, avaliada em 1996). Rose Neubauer credita esse desempenho, em parte, à especificidade da quinta série. "É o primeiro ano sem professor polivalente", diz. "A transição é difícil para muitos alunos."
Na próxima edição, a prova será apenas de português, "porque a correlação dessa disciplina com o aprendizado das demais é muito alta", argumenta a secretária. E não será dada pelo professor, mas por aplicador externo.


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