São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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Dupla pretendia matar comparsa

DA REPORTAGEM LOCAL

Os dois jovens que atacaram os seguranças do filho do governador Geraldo Alckmin, na terça-feira passada, pretendiam matar um terceiro integrante da quadrilha por medo de que ele os delatasse. Depois disso, fugiriam da cidade de São Paulo para só voltar no final do ano.
Esses planos estariam nas gravações de escutas telefônicas feitas pelo Denarc, que prendeu o grupo ontem à tarde. No total, policiais conseguiram monitorar ligações de quatro telefones.
As escutas telefônicas foram, segundo a polícia, fundamentais para a identificação e localização da quadrilha e serão usadas como prova no processo.
Um desses telefones grampeados era de Ricardo de Souza Ibiapina, 26. Foi na conversa com Antonio Marcos Alencar, 23, que teriam sido feitos os planos de vingança e de fuga.
O alvo dos dois seria Emerson Gomes da Silva, 30, que teria dirigido o Celta prata usado no ataque aos dois policiais militares. Ibiapina e Alencar falaram, nas ligações, que estavam desconfiados de que Silva poderia delatá-los.
Segundo as escutas, Alencar pretendia fugir para o Paraná e Ibiapina iria para Fernandópolis, interior de São Paulo.
Segundo o diretor do Denarc, Ivaney Cayres de Souza, os dois tentavam arrecadar dinheiro para fugir. "Nas escutas, eles mesmos definiram o que cada um fez na operação", afirmou o delegado.
Nas gravações telefônicas, segundo a polícia, Alencar e Ibiapina conversam sobre o caso e se mostram satisfeitos porque a ação foi considerada um suposto ataque do PCC.
Em um dos trechos da gravação, Alencar teria falado, ao ser questionado sobre o número de tiros: "Vários [tiros]. Sentei um tiro na cara dele". Eles teriam confessado à polícia, informalmente, que teriam participado de outros roubos de carro na região, mas sem morte. (GP)


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