KLEBER TOMAZ
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
ANA PAULA MARGARIDO
DA FOLHA CAMPINAS

A Akzo Nobel Ltda. - Divisão Organon iniciou ontem, em todo o país, o recolhimento de todas as ampolas do anticoncepcional injetável Tricilon.
A medida foi tomada após o Ministério da Saúde suspender a distribuição do medicamento na rede pública no país devido à confirmação, pelo Instituto Adolfo Lutz, de problemas de eficácia do contraceptivo do lote A33720.
Os medicamentos desse lote apresentaram problema de solubilidade, segundo o laudo. O problema foi descoberto pela Secretaria de Saúde de Campinas, após três mulheres da cidade terem engravidado tomando o remédio.
O uso do medicamento está suspenso na rede pública de Campinas desde terça-feira. A administração comprou 10.500 ampolas do lote com problema.
Neste ano, segundo a Akzo, foram comercializadas 555 mil ampolas de Tricilon -16 lotes do medicamento- em todo o território nacional. "Não dá para precisar quantos lotes ainda estão no mercado. Acredito que ainda estejam em circulação 12 ou 13", disse o diretor médico da empresa, responsável pelo recolhimento, Francisco Siervo Neto.
Para retirar o contraceptivo do mercado, Siervo afirmou que a empresa contará com a ajuda do Ministério da Saúde e das 20 distribuidoras às farmácias do país.
Apesar de determinar o recolhimento, a empresa reafirmou que não há confirmação de que a gravidez das três mulheres de Campinas esteja ligada a problemas no lote A33720. Conforme a Akzo, a decisão é preventiva e em respeito às consumidoras, profissionais e autoridades de saúde.
As ampolas recolhidas serão analisadas no laboratório da empresa para confrontar o resultado com a avaliação do Instituto Adolfo Lutz. A empresa já solicitou ao ministério uma contraprova do teste do instituto.
O ministério já havia anunciado anteontem que analisará amostras dos seis lotes do anticoncepcional que foram adquiridos. Nenhuma amostra é do lote no qual o problema foi encontrado.


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