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Kassab quer arrecadar mais R$ 560 milhões com projetos
Prefeito de SP tenta obter recursos com venda de patrimônio e publicidade
Governo pediu à Câmara autorização para vender 590 imóveis públicos; leilão pode render até R$ 300 milhões a cofres públicos
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), tenta obter cerca de R$ 560 milhões fora do Orçamento para realizar
obras em 2007.
O valor é equivalente a 18,5%
dos R$ 3 bilhões disponíveis
para investimentos (obras) no
ano que vem em São Paulo.
O dinheiro sairia de três fontes. Com a venda de imóveis a
prefeitura espera arrecadar
cerca de R$ 300 milhões. A comercialização de créditos de
carbono deve render pelo menos R$ 60 milhões. A publicidade no mobiliário urbano deve
render outros R$ 200 milhões
aos cofres púbicos.
Kassab já encaminhou à Câmara projetos de lei que pedem
autorização para a prefeitura
vender 590 imóveis e os créditos de carbono em seu poder.
Os dois projetos ainda estão
sendo analisados.
A publicidade no mobiliário
urbano -lixeiras, bancas de
jornais, relógios etc.- ainda está em estudo, mas o prefeito já
deu declarações em que aponta
a intenção de encaminhar o
projeto em 2007.
Prédios públicos
A prefeitura pretende compor o capital da Companhia São
Paulo de Parcerias com 590
imóveis públicos. A empresa
poderá vender os imóveis e
usar os recursos em obras públicas. Os prédios e terrenos
também poderão ser dados em
garantia na obtenção de financiamentos.
No total, os imóveis valem R$
199,2 milhões, de acordo com a
estimativa que a prefeitura incluiu no projeto. No leilão dos
imóveis, no entanto, o município espera arrecadar pelo menos R$ 300 milhões.
O chefe-de-gabinete da Secretaria Municipal de Gestão e
secretário-executivo da Comissão do Patrimônio Imobiliário,
José Alexandre Pereira de
Araújo, explicou que os imóveis
escolhidos para serem transferidos à nova empresa atendem
a duas características: têm entre 125 m2 e 2.000 m2 e não há
nenhuma manifestação de uso
nos últimos anos.
"Esses imóveis são principalmente de herança vacante, que
é quando a pessoa morre e não
tem herdeiros. Nesse caso, o
imóvel vem para a prefeitura.
Também há sobras de desapropriações", disse Araújo.
Ele também afirma que,
mesmo que a Câmara dê autorização para a venda, não é certo ainda que a prefeitura vá comercializar esse patrimônio.
A empresa também poderá
buscar empréstimos no mercado financeiro e emitir títulos
da dívida pública para financiar
obras em São Paulo. Essa é outra possibilidade que Kassab
terá para arrecadar recursos e
realizar investimentos.
Créditos de carbono
No projeto que prevê aumento do IPTU (Imposto Predial e
Territorial Urbano) para parte
da cidade há um artigo que pede autorização para a prefeitura comercializar os seus certificados de emissões reduzidas já
emitidos ou a serem emitidos
nos termos do Protocolo de
Kyoto.
Os certificados atuais, obtidos com o enquadramento do
aterro Bandeirantes no Protocolo de Kyoto, valem cerca de
R$ 30 milhões. Em 2007, a prefeitura deve receber outros certificados em valor equivalente.
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