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MAURICE JACQUES BAZIN (1934-2009)
Em busca de uma ciência para o povo
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Homem da física, o francês
Maurice Bazin colecionou títulos em universidades dos
EUA, França e Inglaterra.
Saber que ele era PhD em física nuclear experimental de
altas energias pela Universidade Stanford (EUA) ajudaria a conhecê-lo melhor.
Mas não seria suficiente. A
melhor designação para ele,
como lembra a cineasta brasileira Tetê Moraes, sua ex-mulher, é a de desmistificador da ciência na qual era especialista. Ele queria levar a
física para o cidadão comum.
No Brasil do início dos
anos 80, Maurice se juntou a
um grupo que fazia atividades educativas em praças para popularizar a ciência. Levavam, por exemplo, microscópios para as ruas do Rio.
Até que o governo os cedeu
um galpão, e ele e os amigos
fundaram o Espaço Ciência
Viva, o primeiro museu participativo de ciências do país.
A psicanalista Enedina
Martins, sua mulher, conta
que ele foi se afastando da física pura e se tornando um
educador. Foram muitos os
projetos do qual participou.
Treinou professores na
África, deu cursos para operários no Chile, foi professor
da Unicamp e da PUC-RJ, assessorou índios na Amazônia
e também um programa de
educação de jovens e adultos
em Florianópolis e fez estudos de como comunicar a
ciência para surdos e mudos.
Inquieto, só teve as atividades interrompidas na segunda, quando morreu aos
75, no Rio, em decorrência
de problemas cardíacos. Deixa quatros filhos e dois netos.
coluna.obituario@uol.com.br
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