São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004

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Para especialistas, falta assistência a jovem infrator

DA SUCURSAL DO RIO

Educadores que atuam com meninos de rua contestam a ação da polícia do Rio de responsabilizar os pais pelos crimes de seus filhos.
"A Justiça está perdida e acaba adotando a postura de responsabilizar e criminalizar a pobreza. Com essa atitude, o governo culpa a parte mais fraca da história por não saber o que fazer", diz Antônio Monteiro de Souza, 34, psicólogo e coordenador da ONG Excola, do Rio.
Para ele, meninos que optam por viver nas ruas tiveram falhas na educação, na saúde, na assistência social.
Na Excola, Souza conta que vê mães prenderem seus filhos em casa com medo de eles irem para a rua e caírem na malha do tráfico. "Muitos fogem de casa pelo ímpeto do consumo. Eles ficam revoltados por não poderem comprar o que querem."
Regina Heringer, 39, socióloga e coordenadora de programas da Actionaid Brasil não vê "nenhuma novidade na onda de menores assaltantes nas ruas do Rio". Para ela, a falha de programas sociais faz com que o próprio ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) não seja eficaz.
"O menino passa uma noite em delegacia ou instituto qualquer que não oferece nenhum tipo de ajuda. Ou seja, entre nada e ficar na rua, eles preferem a rua."


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