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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Pesquisa da OMS também foi feita em outros nove países
27% das paulistanas relatam ataques
DA FOLHA ONLINE
Uma pesquisa divulgada ontem
pela OMS (Organização Mundial
da Saúde) aponta que 27% das
mulheres residentes na cidade de
São Paulo e 34% das que vivem na
Zona da Mata de Pernambuco já
foram vítimas de violência doméstica, em grande parte provocada por seus maridos.
Os dados foram coletados por
universidades e ONGs brasileiras,
a pedido da agência da ONU (Organização das Nações Unidas).
Mulheres de outros nove países
também responderam à pesquisa,
entre 2000 e 2003.
Os maiores percentuais de
agressão foram registrados na cidade peruana de Cuzco -61%
das entrevistadas disseram que já
foram agredidas. Já a Etiópia
apresentou os maiores índices de
violência sexual entre as participantes da pesquisa -59% delas
afirmaram ter sido violentadas.
O Japão obteve os menores percentuais tanto no que se refere a
agressões em geral (13%) como a
violência sexual (6%).
Em São Paulo e na Zona da Mata de Pernambuco, o percentual
de mulheres que disseram ter sido
obrigadas a manter relações sexuais mediante uso da força ou
ameaças é de 10% e 14%, respectivamente. No Brasil, a pesquisa foi
realizada em 2001. Foram ouvidas
1.172 mulheres de 15 a 49 anos e de
todas as condições sociais.
O estudo também mediu a tolerância a esse tipo de violência. Para 75% das entrevistadas que vivem em áreas urbanas do Brasil,
Japão, Namíbia e Sérvia, não há
justificativa para bater em uma
mulher. No Peru, em Bangladesh,
Etiópia e Samoa, porém, o número cai para menos de 25%.
O elevado percentual de vítimas
de abusos sexuais torna-se ainda
mais preocupante devido à Aids,
ressalta a OMS. "A violência contra a mulher é uma vergonha para
os países que não conseguem preveni-la e para as sociedades que a
toleram", disse o relator especial
da ONU sobre a violência contra a
mulher, Yakin Ertürk.
Entre as vítimas de violências físicas, 40% das paulistanas e 37%
das pernambucanas admitiram
que tinham sofrido ferimentos ao
menos uma vez -de escoriações,
cortes e perfurações na pele até a
ruptura de tímpanos e queimaduras. Uma em cada três teve de ficar hospitalizada por ao menos
uma noite devido às agressões.
A pesquisa também revelou que
entre 8% e 11% das mulheres foram vítimas de violência física durante a gravidez e, entre elas, um
terço foi atingida no abdômen.
Em São Paulo, 25% das entrevistadas disseram ter enfrentado
uma situação de violência física
ou sexual desde os 15 anos e apontaram os pais e outros membros
de suas famílias como os responsáveis pelas primeiras agressões.
Segundo o estudo, 12% das mulheres informaram ter sofrido
abuso antes dos 15 anos por parte
de algum parente.
No decorrer da vida, os principais culpados pela violência sexual passam a ser os namorados e
pessoas desconhecidas.
Com as agências internacionais e a Reportagem Local
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