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Prefeito vê lobby de empresa para barrar licitação do leite no TCM
ALEXSSANDER SOARES
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito José Serra (PSDB)
afirmou ontem que a ação de um
lobista provocou a decisão do
TCM (Tribunal de Contas do Município) de suspender, por 15 dias,
a licitação para a contratação de
novos fornecedores de leite em pó
para os alunos da rede municipal.
Serra disse que pretende manter
o modelo indicado na concorrência, com a divisão do fornecimento em quatro regiões. Em todas as
licitações realizadas desde o início
do programa Leve Leite, em 1995,
a Tangará Importadora e Exportadora (com sede no Espírito Santo) foi a vencedora para distribuir
o leite em pó para toda a cidade.
"Estamos querendo quebrar o
monopólio, e agora um lobista da
empresa conseguiu enganar um
conselheiro do TCM, que não sabe, mas está fazendo o jogo do
monopólio na cidade. Isso é jogo
pesado."
O conselheiro Roberto Braguim, do TCM, suspendeu a licitação na terça-feira ao atender
uma representação feita por Roberto Biondi. O autor do pedido
alegou que a divisão em lotes não
obedecia ao critério de economicidade -pois o edital prevê preços diferentes para cada região.
Apesar de não se identificar como representante de nenhuma
empresa interessada na concorrência, o nome de Biondi aparece
como contato comercial da Tangará no site da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China.
A Folha não conseguiu localizar
Biondi ontem. Já Luiz Alberto
Costa, um dos diretores de vendas
da Tangará, negou conhecê-lo. "A
nossa empresa é séria. Não temos
nenhuma noção dessas acusações
feitas pelo prefeito."
Costa, que disse estar em uma
reunião da empresa em Belo Horizonte (MG), prometeu ligar de
volta após conversar com os demais diretores da empresa, mas
não fez mais contatos.
A Secretaria de Gestão apresentou ontem as justificativas contra
a suspensão, aguardando agora a
manifestação do conselheiro, que
não tem data para ocorrer.
O Leve Leite distribui dois quilos de leite em pó para cada criança matriculada nas escolas nove
vezes por ano. A prefeitura disse
que a entrega deste ano está garantida. A nova licitação prevê
gastos de R$ 130 milhões por ano.
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