São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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Debate sobre UPPs vira fórum para críticas de moradores das favelas

RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO

Um debate organizado pelo Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Econômicas e Sociais) na tarde de ontem sobre "o futuro das UPPs", no centro do Rio, virou um fórum para que moradores de favelas da cidade expusessem sua insatisfação.
Segundo o rapper Fiel, da Santa Marta, primeira favela a receber a iniciativa, se tornaram rotina revistas truculentas a moradores do morro.
"As UPPs já estão corrompidas, tocando o terror nas favelas, e isso não sai na mídia burguesa", afirmou.
Parecia haver consenso de que as UPPs, embora melhorem efetivamente a segurança das comunidades, são uma política provisória para passar sensação de segurança que garanta investimentos privados nos "megaeventos" -como debatedores e público se referiam à Copa-2014 e à Olimpíada-2016.
"As UPPs estão ligadas à uma satisfação pública, para dizer à sociedade da zona sul que as comunidades estão controladas e garantir os investimentos", afirmou Cleonice Dias, líder comunitária da Cidade de Deus.
Mesmo quem elogiou as UPPs, como Tião Santos, do Viva Rio, que afirmou que "para quem acordava todo dia com bala perdida, o que está acontecendo hoje já é muita coisa", se mostrou pouco otimista."As UPPs são insustentáveis, porque não tem como fabricar policial. Temos 1.020 favelas, as UPPs estão em 13."


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