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Debate sobre UPPs vira fórum para críticas de moradores das favelas
RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO
Um debate organizado pelo Ibase (Instituto Brasileiro
de Análises Econômicas e Sociais) na tarde de ontem sobre "o futuro das UPPs", no
centro do Rio, virou um fórum para que moradores de
favelas da cidade expusessem sua insatisfação.
Segundo o rapper Fiel, da
Santa Marta, primeira favela
a receber a iniciativa, se tornaram rotina revistas truculentas a moradores do morro.
"As UPPs já estão corrompidas, tocando o terror nas
favelas, e isso não sai na mídia burguesa", afirmou.
Parecia haver consenso de
que as UPPs, embora melhorem efetivamente a segurança das comunidades, são
uma política provisória para
passar sensação de segurança que garanta investimentos privados nos "megaeventos" -como debatedores e
público se referiam à Copa-2014 e à Olimpíada-2016.
"As UPPs estão ligadas à
uma satisfação pública, para
dizer à sociedade da zona sul
que as comunidades estão
controladas e garantir os investimentos", afirmou Cleonice Dias, líder comunitária
da Cidade de Deus.
Mesmo quem elogiou as
UPPs, como Tião Santos, do
Viva Rio, que afirmou que
"para quem acordava todo
dia com bala perdida, o que
está acontecendo hoje já é
muita coisa", se mostrou
pouco otimista."As UPPs são
insustentáveis, porque não
tem como fabricar policial.
Temos 1.020 favelas, as UPPs
estão em 13."
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