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Crise atrasa obras e afeta 2.450 famílias
da Reportagem Local
O atraso na entrega dos apartamentos do Projeto Cingapura afetou diretamente 2.450 famílias.
São mais de 10 mil paulistanos que
continuam morando em favelas,
alojamentos provisórios e até mesmo em contêineres à espera da casa própria.
Sem dinheiro no caixa, a prefeitura atrasou todo o cronograma
do projeto. A previsão para este
ano era entregar 5.400 unidades,
mas somente 3.450 foram efetivamente colocadas à disposição para
os moradores.
Além da falta de verba, provocada, segundo o prefeito Celso Pitta,
pelas dívidas deixadas pelo ex-prefeito Paulo Maluf, seu padrinho
político, este mês a prefeitura retirou R$ 28 milhões do projeto Cingapura para o pagamento do 13º
salário dos funcionários da Câmara Municipal.
Palhaço
O artista circense Wanderley
Fernandes Costa, 49, conhecido
como palhaço Mamadeira, é um
dos 1.440 moradores da favela Lidiane, no bairro do Limão (zona
norte da capital), que aguardam os
últimos retoques do Cingapura
que está sendo construído ao lado
do alojamento onde vive hoje com
sua família.
Ele diz que a água que chega a seu
barracão é "amarelada e fedida".
Também reclama da demora na
entrega do Cingapura.
"Moramos aqui desde julho de
1996. Prometeram entregar o apartamento em cinco meses, mas já se
passou mais de um ano. Estão nos
fazendo de palhaço", diz Mamadeira.
E a situação de outros milhares
de sem-Cingapura é ainda pior. Os
moradores da favela Real Paraisópolis (zona sul) estão há mais de
um ano nos alojamentos da prefeitura entre ratos e cupins -que estão comendo as paredes de madeira-, mas as obras do Cingapura
ainda estão no início.
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