São Paulo, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

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HUGO EIRAS FURQUIM WERNECK (1919-2008)

Dentista e "espalhador" de passarinhos

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Hugo Werneck dedicou boa parte da vida a espalhar passarinhos por MG. Era um trabalho de repovoamento.
Com a ajuda de barbatanas, recolhia de pintassilgos a curiós nas matas mineiras, cruzava o Estado na Kombi que possuía e soltava as aves em locais onde os animais tinham sido extintos.
"O Ibama chegou a persegui-lo achando que ele era um traficante de aves. Nos anos 90, o órgão criou um programa de repovoamento com o nome dele", lembra o filho Humberto. Seu esforço, "um pouco quixotesco", era, enfim, reconhecido.
Formado em odontologia em 1938, foi dentista por 54 anos. O pai, também chamado Hugo Werneck, era médico e havia se mudado para Belo Horizonte para se curar de uma tuberculose. Na fazenda da família, apaixonou-se pela natureza.
"Ele foi um pioneiro. Era um ecologista muito antes de o termo passar a ser usado."
Nos anos 50, Hugo denunciou o desmatamento na Serra do Curral, em BH. "Foi uma voz isolada. Hoje, todo mundo lamenta os danos."
Em 1993, fechou o consultório para presidir a Fundação Zoobotânica. Participou do Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) e do Comam (Conselho Municipal de Meio Ambiente de BH). Nos últimos anos, deu consultoria a mineradoras e palestras em universidades.
Morreu sábado, em BH, aos 89, de câncer no pulmão -não fumava. Teve 11 filhos, 24 netos e três bisnetos.

obituario@grupofolha.com.br


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