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HUGO EIRAS FURQUIM WERNECK (1919-2008)
Dentista e "espalhador" de passarinhos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Hugo Werneck dedicou
boa parte da vida a espalhar
passarinhos por MG. Era um
trabalho de repovoamento.
Com a ajuda de barbatanas, recolhia de pintassilgos
a curiós nas matas mineiras,
cruzava o Estado na Kombi
que possuía e soltava as aves
em locais onde os animais tinham sido extintos.
"O Ibama chegou a persegui-lo achando que ele era
um traficante de aves. Nos
anos 90, o órgão criou um
programa de repovoamento
com o nome dele", lembra o
filho Humberto. Seu esforço,
"um pouco quixotesco", era,
enfim, reconhecido.
Formado em odontologia
em 1938, foi dentista por 54
anos. O pai, também chamado Hugo Werneck, era médico e havia se mudado para
Belo Horizonte para se curar
de uma tuberculose. Na fazenda da família, apaixonou-se pela natureza.
"Ele foi um pioneiro. Era
um ecologista muito antes de
o termo passar a ser usado."
Nos anos 50, Hugo denunciou o desmatamento na Serra do Curral, em BH. "Foi
uma voz isolada. Hoje, todo
mundo lamenta os danos."
Em 1993, fechou o consultório para presidir a Fundação Zoobotânica. Participou
do Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) e
do Comam (Conselho Municipal de Meio Ambiente de
BH). Nos últimos anos, deu
consultoria a mineradoras e
palestras em universidades.
Morreu sábado, em BH,
aos 89, de câncer no pulmão
-não fumava. Teve 11 filhos,
24 netos e três bisnetos.
obituario@grupofolha.com.br
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