São Paulo, sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

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Médico Roger Abdelmassih deixa a cadeia

Preso há mais de quatro meses sob acusação de estupro, ele foi beneficiado por habeas corpus concedido pelo presidente do STF

Médico ficou emocionado com a decisão e deverá passar festas de fim de ano com a família, diz advogado; Promotoria teme fuga

DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

Depois de mais de quatro meses preso sob a acusação de estupro, o médico Roger Abdelmassih deixou ontem a carceragem do 40º DP (Vila Santa Maria). Um pouco mais magro desde que entrou na cadeia, em 17 de agosto, ele saiu do local sem falar com jornalistas.
Um dos defensores do médico, José Luís de Oliveira Lima, afirmou ontem que em "hipótese alguma" Abdelmassih falará com os jornalistas. Segundo ele, o médico chorou ao saber que seria libertado. "Ele me abraçou, agradeceu. Quase não dormiu de tanta ansiedade."
Abdelmassih foi libertado após liminar concedida anteontem pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Segundo o ministro, não havia sentido manter o médico preso, já que o Ministério Público de SP, responsável pelas acusações, havia pedido que ele fosse preso ou impedido de exercer a profissão.
Em agosto, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) determinou a suspensão do registro profissional do médico até que o caso seja julgado pelo conselho.
A Promotoria, entretanto, nega que tenha feito esse pedido. "Pedimos que ele fosse preso e, no caso de o pedido não ser atendido, que fosse, ao menos, afastado da atividade médica", afirmou o promotor Luiz Henrique Dal Poz. Para ele, o ministro tomou a decisão apenas com base no material apresentado pela defesa.
O promotor acredita ainda que há a possibilidade de Abdelmassih fugir. O advogado do médico diz que a afirmação é "inadequada e improcedente" e que ele passará as festas de fim de ano em casa com a família.
As investigações começaram em 2008, após uma ex-funcionária dele procurar o Ministério Público e relatar que o médico tentou beijá-la à força. Após o caso ser divulgado pela Folha em janeiro, surgiram novas acusações. Ao todo, 39 mulheres o denunciaram. Algumas relataram mais de um crime e, por isso, há 56 acusações.
O médico foi denunciado à Justiça no dia 13 de agosto, sete dias após mudança no Código Penal, que alterou a classificação de estupro, passando a incluir atos antes classificados como atentado violento ao pudor. Se fosse pela lei anterior, seriam 53 atentados violentos ao pudor e três estupros.


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