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Médico Roger Abdelmassih deixa a cadeia
Preso há mais de quatro meses sob acusação de estupro, ele foi beneficiado por habeas corpus concedido pelo presidente do STF
Médico ficou emocionado com a decisão e deverá passar festas de fim de ano com a família, diz advogado; Promotoria teme fuga
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
Depois de mais de quatro
meses preso sob a acusação de
estupro, o médico Roger Abdelmassih deixou ontem a carceragem do 40º DP (Vila Santa
Maria). Um pouco mais magro
desde que entrou na cadeia, em
17 de agosto, ele saiu do local
sem falar com jornalistas.
Um dos defensores do médico, José Luís de Oliveira Lima,
afirmou ontem que em "hipótese alguma" Abdelmassih falará com os jornalistas. Segundo
ele, o médico chorou ao saber
que seria libertado. "Ele me
abraçou, agradeceu. Quase não
dormiu de tanta ansiedade."
Abdelmassih foi libertado
após liminar concedida anteontem pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Segundo o ministro, não havia sentido manter o
médico preso, já que o Ministério Público de SP, responsável
pelas acusações, havia pedido
que ele fosse preso ou impedido de exercer a profissão.
Em agosto, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de
São Paulo) determinou a suspensão do registro profissional
do médico até que o caso seja
julgado pelo conselho.
A Promotoria, entretanto,
nega que tenha feito esse pedido. "Pedimos que ele fosse preso e, no caso de o pedido não ser
atendido, que fosse, ao menos,
afastado da atividade médica",
afirmou o promotor Luiz Henrique Dal Poz. Para ele, o ministro tomou a decisão apenas
com base no material apresentado pela defesa.
O promotor acredita ainda
que há a possibilidade de Abdelmassih fugir. O advogado do
médico diz que a afirmação é
"inadequada e improcedente" e
que ele passará as festas de fim
de ano em casa com a família.
As investigações começaram
em 2008, após uma ex-funcionária dele procurar o Ministério Público e relatar que o médico tentou beijá-la à força.
Após o caso ser divulgado pela
Folha em janeiro, surgiram novas acusações. Ao todo, 39 mulheres o denunciaram. Algumas relataram mais de um crime e, por isso, há 56 acusações.
O médico foi denunciado à
Justiça no dia 13 de agosto, sete
dias após mudança no Código
Penal, que alterou a classificação de estupro, passando a incluir atos antes classificados
como atentado violento ao pudor. Se fosse pela lei anterior,
seriam 53 atentados violentos
ao pudor e três estupros.
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