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TRÂNSITO
Lojas de SP vendem acessórios não originais de qualidade duvidosa
Equipamentos podem
gerar falsa segurança
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
Comprar dois dos equipamentos
básicos exigidos pelo novo código
nacional de trânsito -cinto de
três pontos e encosto de cabeça-
pode não garantir a segurança de
motoristas e passageiros.
O Contran (Conselho Nacional
de Trânsito) incluiu, na última
sexta-feira, entre outros acessórios
obrigatórios, o cinto de segurança
de três pontos em todos os bancos
-inclusive o de trás (passageiros).
A Folha percorreu no sábado lojas de acessórios de carros do centro de São Paulo e constatou que,
usando-se peças do mercado paralelo, a um custo quase cinco vezes
inferior ao das peças originais, esses dois equipamentos podem ser
colocados apenas para driblar a
fiscalização, uma vez que podem
ser mal-instalados e não ter garantia de qualidade.
Por exemplo, um par de cintos
de segurança de três pontos, não
original e fixo (não retrátil), pode
ser encontrado por R$ 30 em uma
loja da avenida Duque de Caxias.
Em outras lojas da mesma região,
o par do mesmo tipo de cinto -só
que original e retrátil- custa entre
R$ 140 e R$ 220.
Os próprios vendedores e gerentes das lojas -que não querem se
identificar- admitem que muitos
cintos paralelos não oferecem segurança -o náilon da fita é mais
fraco, as costuras são poucas e as
partes metálicas dos encaixes, por
serem finas, funcionam como uma
lâmina, que corta o cinto, em caso
de freadas bruscas.
No entanto, os comerciantes
acabam vendendo o produto porque alegam que muitos consumidores, alguns deles proprietários
de veículos velhos, não querem investir tanto para ter um carro em
conformidade com o novo código.
Vendedores dizem que muitos
clientes preferem "quebrar um
galho". Ao mesmo tempo, existem
os vendedores que sabem da má
qualidade de alguns cintos, mas os
vendem para o consumidor que
diz querer gastar menos.
Deixar de usar cinto de segurança é infração grave, de cinco pontos, com multa de R$ 115,33.
O mesmo problema de segurança fictícia acontece com os encostos de cabeça -equipamento de
proteção do pescoço.
Em média, o par desse equipamento custa R$ 120, instalado. No
entanto, algumas lojas adaptam os
encostos pela metade do preço
-R$ 60. Isso porque, na adaptação barata, são feitos apenas dois
furos no encosto do banco, para a
fixação do acessório, que fica solto. Na instalação mais cara, o equipamento fica preso a uma barra de
ferro, introduzida no encosto do
carro -o que encarece o serviço.
Portanto, com R$ 90 (R$ 30 do
cinto e R$ 60 do encosto) o proprietário de um veículo pode
adaptar dois dos equipamentos
básicos exigidos pela nova lei, passar pela fiscalização, mas não estar
realmente seguro.
Já a segurança com certificado de
garantia, não só para guarda ver,
vale entre R$ 240 e R$ 340.
Mas a lei exige outros acessórios,
como o retrovisor do lado direito.
Esse equipamento para o Gol, por
exemplo, custa entre R$ 25 e R$ 70.
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