São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 2001

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RIO GRANDE DO SUL

Direção regional do partido afirma que avaliará situação em fevereiro; Minas e Maranhão têm casos

8 dos 35 petistas eleitos contratam parentes

DA AGÊNCIA FOLHA

Cerca de um quarto das prefeituras administradas pelo PT no Rio Grande do Sul (8 das 35 gestões petistas no Estado) abriga casos de emprego de parentes, prática proibida pela direção nacional do partido.
A contratação das respectivas mulheres pelos prefeitos é a situação mais comum, mas também há casos em que a sogra, o cunhado e irmãos são os beneficiários.
O presidente regional do PT, Júlio Quadros, disse que os casos serão avaliados no início de fevereiro. "A prática não é aconselhável. Mas pode haver situações em que a contratação se impõe pela estatura do contratado, seu currículo, quem indicou etc."
O prefeito de Pelotas, Fernando Marroni, empregou sua mulher, Miriam, como diretora da Fundação do Movimento Assistencial, órgão que deve ser transformado em secretaria.
Vereadora, Miriam declarou que sua "legitimidade para o cargo é inquestionável". Ela recebe R$ 3.400 por mês.
Já o prefeito de Floriano Peixoto, Vilson Babicz, decidiu que sua mulher, Cledes, deixará a secretaria da Educação, em março.
O prefeito de Rondinha, Edimir Bottan, por sua vez, se recusa a demitir a irmã, Maria Margareth, secretária da Administração.
"Se não confiar na minha irmã, em quem vou confiar?", questiona Bottan, que paga salário de R$ 1.000 a Maria Margareth.
Os outros casos de contratação de parentes por prefeitos petistas no Estado são: Getúlio Vargas, Ibiraiaras, Lajeado do Bugre, Santa Maria e Bagé.

Minas
O prefeito de Governador Valadares (leste de Minas Gerais), João Fassarela (PT), que nomeou a mulher, Ester Espechitt, como secretária de Planejamento, afirmou que não pretende voltar atrás em sua decisão.
Procurado pela Agência Folha, Fassarela -que se licenciou do cargo de deputado federal para assumir a prefeitura- disse apenas, por meio de sua assessoria de imprensa, que a nomeação é "irrevogável", apesar das recomendações da direção do partido.
O prefeito disse também que não pretende mais ficar se justificando por sua atitude.
Formada em economia, Ester trabalhou em uma das administrações regionais da Prefeitura de Belo Horizonte durante o primeiro mandato do prefeito reeleito Célio de Castro (ex-PSB).

Maranhão
O prefeito de Imperatriz (MA), Jomar Fernandes (PT), é outro que pretende manter a nomeação da mulher -ela é secretária de Desenvolvimento Social.
"Ela (Terezinha das Neves Pereira) vai doar o salário de R$ 6.000 a duas instituições de caridade. Quero transparência na minha gestão", afirmou Fernandes.
Ele também não tem planos de reduzir seu salário, fixado atualmente em R$ 12 mil.
Fernandes disse que, embora a Câmara tenha aprovado no mês passado o aumento dos vencimentos do prefeito de R$ 8.000 para R$ 12 mil, o que houve foi uma redução de seu salário em relação ao de seu antecessor.
"Na gestão passada, o prefeito ganhava um total de R$ 16 mil, metade desse valor era referente a salário e o restante à verba de representação. Com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), essa verba foi incorporada ao meu salário, que, hoje, acabou então sofrendo uma redução de R$ 4.000 em relação ao meu antecessor", declarou o prefeito.




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