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ENTREVISTA
Obesidade infantil é tratada com mudança na alimentação da mãe
DA REPORTAGEM LOCAL
A intervenção nos maus hábitos alimentares de adultos acima
do peso tem boa repercussão
também em crianças obesas dependentes deles. É este o resultado do trabalho de iniciação científica de Paulo Cavalcante Muzy,
23, quintanista do curso de medicina da Universidade Federal de
São Paulo. Os pequenos passam a
partilhar dos bons hábitos alimentares de seus responsáveis e
param de engordar ou emagrecem -o que mostra que a abordagem do cuidador é importante.
A pesquisa foi orientada por Fábio Ancona Lopez, professor da
Pediatria da universidade.
Folha - Qual foi o objetivo da pesquisa?
Paulo Cavalcante Muzy - Queríamos procurar um tratamento
mais eficiente contra a obesidade.
Hoje temos sucesso em apenas
20% a 30% dos casos. A obesidade
infantil é mais difícil. A criança
não aprende com argumentos.
Aprende mais com a convivência.
E o maior professor é quem a
acompanha no dia-a-dia. Das cerca de 300 famílias que frequentam
o ambulatório de obesidade infantil, selecionamos 46 duplas
[formadas por responsáveis e jovens e crianças]. A pessoa responsável pela dinâmica da casa teria
também de ser acompanhada.
Não necessariamente a mãe. Em
números, 80% dos responsáveis
estavam acima do peso ideal.
Folha - Dê exemplos dos hábitos
desses responsáveis.
Muzy- As mães obesas relatavam que tinham hábitos como
beliscar, comer em frente à televisão. Há outra questão, o fator econômico. O alimento rico em gordura é mais barato. As mães relatavam que preferiam comprar
salgadinhos.
Folha - Qual foi o resultado?
Muzy- No tratamento da obesidade, podemos considerar que tivemos sucesso quando há estabilização do peso. No terceiro retorno [em que 16 duplas compareceram], 62,5% das mães e 50% das
crianças tinham parado de engordar ou emagrecido.
Folha - Qual foi a orientação?
Muzy - Refeições em horário fixo, evitar frituras, diminuir a
quantidade de alimentos e comer
à vontade legumes e verduras.
(FABIANE LEITE)
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