São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

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Prefeita destacou ações de sua gestão na cerimônia de inauguração da nova sede da administração municipal

Para ela, cidade "deixou abandono e corrupção no passado"; FHC foi responsabilizado por "estagnação"

Marta ataca antecessores e ex-presidente

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) aproveitou seu discurso de inauguração do Palácio do Anhangabaú, nova sede da prefeitura, para falar de realizações de sua administração e criticar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e, de forma indireta, os ex-prefeitos Paulo Maluf (PP) e Celso Pitta (PSL).
No início de seu discurso, Marta afirmou que sua prioridade é "implementar projetos que não sejam meros paliativos e representem, a curto, médio ou longo prazos, mudanças reais na qualidade de vida dos paulistanos".
Em seguida, começou a enumerar ações de seu governo: "Como os CEUs [Centros Educacionais Unificados] e todo o investimento para quebrar o ciclo da pobreza de São Paulo. Como as obras de melhoria do sistema viário, o novo sistema de transporte público e o Plano de Desenvolvimento da Zona Leste. Como a revitalização do centro, que trouxe a sede do governo municipal aqui para o nosso Palácio do Anhangabaú".
A prefeita afirmou que inaugurar a nova sede é "uma reafirmação de que a cidade deixou o abandono e a corrupção no passado das outras administrações municipais e definiu sua esperança no futuro".
Marta não citou nominalmente Maluf e Pitta, seus antecessores na prefeitura. O primeiro administrou a cidade entre 1993 e 1996 e o segundo, entre 1997 e 2000. As críticas da prefeita foram além. Afirmou que recebeu uma cidade com "R$ 9,5 bilhões de receita e quase R$ 13 bilhões de despesas, paralisada por dívidas".
Para a prefeita, "o mais difícil foi retomar a credibilidade do poder municipal, perdida em oito anos de corrupção, endividamento e falta de compromisso" -mais uma referência indireta a Maluf e Pitta, que estiveram na administração nos oito anos anteriores à posse de Marta.
As críticas foram dirigidas também ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Infelizmente, o estrago deixado pelas gestões anteriores e pela estagnação da era FHC não será totalmente sanado em quatro anos."
A assessoria de FHC informou que ele está em Washington e não iria se manifestar. A Folha não conseguiu falar com as assessorias de Maluf e de Pitta.

Prédio
A cerimônia de inauguração da nova sede da prefeitura paulistana contou com a presença do presidente da República em exercício, José Alencar, e de vários ministros, entre eles Antonio Palocci Filho (Fazenda), Gilberto Gil (Cultura) e Luiz Gushiken (Comunicação de Governo e Gestão Estratégica).
A administração será instalada no prédio conhecido como Banespinha. A prefeitura ganhou o direito de ocupá-lo em uma negociação com o banco Santander, que comprou o Banespa e assumiu a propriedade do edifício.
Em troca da cessão do prédio, o município se comprometeu a pagar ao Santander R$ 156 milhões que a extinta CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos) devia ao Banespa.



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