São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2008

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Polícia investiga 3 PMs por morte de coronel

Policiais foram presos ontem acusados pela morte de uma mulher na zona norte, área comandada pelo oficial assassinado

Uma das hipóteses para o assassinato do coronel, no dia 16, é vingança de algum subordinado que tenha sido punido em sua gestão

LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil prendeu ontem três policiais militares suspeitos da morte de uma mulher em setembro do ano passado na zona norte de São Paulo. Eles serão investigados também pelo suposto envolvimento no assassinato do coronel José Hermínio Rodrigues, 48, no último dia 16.
Os PMs tiveram prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça pelo assassinato da mulher, na região da Vila Brasilândia, e também por uma outra tentativa de homicídio ocorrida em 2007.
As prisões foram realizadas por policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e da Corregedoria da Polícia Militar, ontem, em locais não revelados pela polícia.
Os presos são dois sargentos e um soldado, segundo o delegado Marcos Carneiro de Lima, divisionário do DHPP. A polícia não divulgou o nome dos suspeitos. Segundo o DHPP, a medida foi tomada para não atrapalhar as investigações.
"Os três já estão com prisão temporária decretada. Eles são suspeitos de um homicídio e de uma tentativa de homicídio do ano passado e queremos saber se têm relação com a morte do coronel. Para isso estamos buscando provas técnicas", afirmou o delegado.
Carneiro de Lima disse que a morte da mulher será investigada pela 2ª Delegacia de Homicídios do DHPP e a tentativa de homicídio por policiais da 4ª delegacia do mesmo departamento.
"A investigação sobre a morte do coronel corre sob sigilo, mas a Polícia Civil está trabalhando em harmonia com a Polícia Militar para resolver o caso", justificou o policial.
O coronel Rodrigues foi surpreendido por um motoqueiro no dia 16 quando andava de bicicleta perto de sua casa, na av. Engenheiro Caetano Álvares, durante seus primeiros dias de férias. Ele foi assassinado com seis tiros disparados de pistola calibre 380. O motoqueiro usava uma roupa preta e nem chegou a abrir a viseira do capacete para não ser identificado.
O delegado disse que o criminoso cometeu poucos erros durante o assassinato do coronel, por isso as investigações se concentram em identificar outros crimes que ele ou o seu grupo tenham praticado.
Rodrigues acompanhava investigações sobre policiais militares que teriam participado de chacinas na zona norte.
Ele era conhecido na corporação por ser favorável à punição de PMs que cometem deslizes. A hipótese de que seu assassino seja um policial militar ou ex-PM vem sendo investigada pela polícia.
Os três suspeitos presos ontem foram interrogados no DHPP até o fim da noite. Uma forte escolta de policiais militares da Corregedoria esperava o fim dos depoimentos para transferir os suspeitos para o presídio Romão Gomes, especial para abrigar PMs que cometem crimes.


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