São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2008

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Polícia apura furto e corte de cabos elétricos no InCor

Engenheiros do hospital dizem que problemas na fiação poderiam ter causado incêndio; direção fala em sabotagem

Instituição fez denúncia dois dias antes de incêndio no Hospital das Clínicas, estrutura da qual o InCor faz parte; ninguém foi preso

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia investiga uma denúncia feita pelo InCor (Instituto do Coração) de que uma parte dos cabos que distribuem energia elétrica pelo hospital foi furtada e de que outra parte foi simplesmente cortada. Os fios desencapados e soltos poderiam ter provocado um incêndio no prédio, segundo engenheiros do InCor.
Os furtos, de acordo com a denúncia levada à polícia, ocorreram entre os dias 14 e 19 deste mês, na semana anterior ao fogo que na quarta-feira passada atingiu uma sala do Hospital das Clínicas.
Suspeita-se, entre outras hipóteses, que o incêndio teve origem elétrica. Para o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o fogo pode ter sido "provocado". No dia 24 de dezembro, outro incêndio havia atingido o HC.
O InCor é o maior centro de cardiologia da América Latina e faz parte da estrutura do Hospital das Clínicas, que é estadual. Realiza em média 20 cirurgias a cada dia. Atende a pacientes do sistema público (82%), de planos de saúde (15%) e particulares (3%).

Sabotagem
"Já sabemos que houve furto de cabos. Agora precisamos saber se também houve sabotagem", disse David Uip, diretor-executivo do InCor.
"A minha hipótese pessoal é a de sabotagem, já que alguns fios foram encontrados simplesmente cortados, não foram levados", afirmou.
Questionado se haveria alguma relação entre o incêndio no HC e o furto dos fios no InCor, Uip respondeu: "Não sei dizer se há relação, mas estamos todos atentos a essa enorme coincidência".

"Alguém de dentro"
O diretor diz acreditar que o crime foi cometido por "alguém de dentro do InCor", já que os cabos ficam em lugares trancados com chave. Ele não apontou nenhum nome.
O problema foi descoberto no fim de semana passado, quando computadores e camas elétricas (que se reclinam sem a necessidade de manivelas) queimaram ao mesmo tempo. Foram atingidos o quarto, o quinto e o sexto andar do bloco um, uma área que recentemente passou por reformas.
Segundo o InCor, nenhum paciente foi afetado e os fios danificados foram substituídos imediatamente.
O caso é investigado pelo 14º DP (Pinheiros). Segundo o boletim de ocorrência, feito na segunda passada com base na denúncia de um administrador do InCor, os danos ao sistema elétrico representaram "riscos patrimoniais, estruturais e de vidas". Ninguém foi preso.


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