São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2000


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Aprovação de cursos foi maior no período

da Sucursal de Brasília

Embora o MEC negue que o CNE tenha virado um "balcão de negócios" semelhante ao extinto Conselho Federal da Educação, apenas em 99 os conselheiros aprovaram a criação de 567 novos cursos universitários -mais da metade do que foi aprovado em toda a história do CNE.
Em quatro anos de atividade, o conselho aprovou a criação de 1.066 cursos -53% deles receberam a autorização no ano passado. Além disso, desde 97, os conselheiros também elevaram o status de 41 instituições isoladas, transformando-as em centros universitários.
Como os centros universitários têm autonomia para criar cursos sem precisar de autorização do CNE, o número de novos cursos abertos em 99 é muito maior do que os 567 aprovados.
Os conselheiros elaboram o parecer a favor ou contra a autorização a partir de dois documentos: um relatório feito por professores que visitam a instituição para averiguar suas condições de funcionamento e um outro elaborado pela Sesu (Secretaria de Educação Superior), que analisa o que foi comprovado pelos professores.
É nesse grupo de professores que recai o lobby mais pesado por parte das instituições que querem ter seus cursos aprovados.
A portaria que regulamenta o trabalho das comissões estabelece que cabe às instituições privadas que pleiteiam a abertura de cursos arcar com as despesas de transporte, alimentação e hospedagem dos professores.
Para agradar os examinadores, muitas instituições escolhem hotéis cinco estrelas e promovem jantares em restaurantes de luxo.
Muitas vezes, entretanto, são as instituições que acusam os professores de distorcer o relatório apontando defeitos inexistentes para, em seguida, indicar consultores para corrigir o problema, ligados aos próprios avaliadores.
Segundo a Sesu, até hoje foram feitas quatro denúncias dessas, embora só duas universidades tenham formalizado a queixa: a Universidade de Guarulhos (SP) e a Uniandrade, em Curitiba (PR).
Outras duas denúncias feitas por faculdades paulistas (Universidade São Francisco e Faculdades de Administração de Diadema) não foram formalizadas.



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