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RODOVIAS
Estudo constatou que governo não fez análise técnica para calcular o custo
Promotoria apura preço de pedágio
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
O Ministério Público está investigando nove concessionárias
-por meio de inquéritos civis-
para apurar se existe ilegalidade
na fórmula usada pelo governo
estadual para calcular o valor dos
pedágios das estradas privatizadas e também se o preço cobrado
pelas empresas é abusivo.
Os inquéritos foram abertos
após a descoberta de indícios de
irregularidades em estudo feito
pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do
Consumidor do Ministério Público de São Paulo.
O estudo, finalizado em agosto
de 99, constatou que o governo
não fez nenhum estudo técnico
para calcular o custo que deveria
ser usado para determinar o valor
dos pedágios.
A coordenadora do centro de
apoio, Dora Bussab Castelo, afirmou que o governo pode ter cometidos irregularidades ao contrariar o Código de Defesa do
Consumidor e também a Lei Antitruste. As duas legislações determinam que o valor cobrado por
um serviço deve levar em conta o
seu custo real.
Responsável pelo início do processo de concessão das rodovias
paulistas, o ex-secretário de
Transportes Plínio Assmann confirmou anteontem que o governo
estadual não fez estudos técnicos
para definir o valor dos pedágios
das estradas privatizadas.
Assmann disse, em depoimento
na CPI dos Pedágios da Assembléia Legislativa, que o governo
optou por adotar como padrão o
mesmo cálculo usado na cobrança dos pedágios da rodovia dos
Bandeirantes em 95, de R$ 0,04
por quilômetro.
O problema é que o custo da
própria Bandeirantes também
nunca foi calculado por meio de
estudos técnicos nem planilhas,
segundo a Comissão de Concessões das Rodovias.
A Promotoria de Justiça do
Consumidor da Capital, responsável pela investigação, vai fazer
levantamento para descobrir o
custo real dos pedágios e apurar
se o governo cometeu irregularidades na escolha da fórmula adotada no programa de concessões.
Estão sendo investigados 9 dos
11 contratos assinados até agora
pelo governo estadual, incluindo
os contratos das principais concessionárias, como os sistemas
Anchieta-Imigrantes, Anhanguera-Bandeirantes e Castelo Branco-Raposo Tavares.
Caso seja comprovado que o valor dos pedágios é abusivo, a promotoria poderá propor um acordo para que as concessionárias
abaixem o preço ou entrar com
uma ação para obrigar o governo
a corrigir os valores.
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