São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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"Faria de novo", diz motoboy traído sobre morte de amante

DA REPORTAGEM LOCAL

O motoboy Robson Granja, que tatuou um caixão no seu braço direito com o nome da vítima e a data do assassinato, disse que não mandou matar a vítima. "Matei", disse. (KT)

 

PERGUNTA - Como surgiu o crime?
ROBSON GRANJA -
Soube que ele ia me matar. Matei antes.

PERGUNTA - Mas, segundo a polícia, era você quem o ameaçava.
GRANJA -
Eu não tô mentindo.

PERGUNTA - Você se arrepende?
GRANJA -
Não.

PERGUNTA - Faria de novo?
GRANJA -
Faria de novo.

PERGUNTA - Valeu a pena?
GRANJA -
Antes ele do que eu.

PERGUNTA - E sua honra?
GRANJA -
Essa é minha honra [a morte do amante]. Sou homem.

PERGUNTA - Foi por que ela o traiu?
GRANJA -
Não. Porque ele me ameaçou de morte.

PERGUNTA - Por que ele ameaçou?
GRANJA -
Porque bati nela.

PERGUNTA - Você bateu nela?
GRANJA -
Porque eu descobri [a traição], né?

PERGUNTA - Quis matar sua mulher?
GRANJA -
Não, não. Pensei em meu filho primeiro.

PERGUNTA - O que você pensou ao fazer a tatuagem?
GRANJA -
Quando for para a cadeia, ele vai comigo. Quando eu morrer, ele vai comigo.

PERGUNTA - E foi por isso que você mandou matá-lo?
GRANJA -
Mandei não. Matei.

PERGUNTA - O Evangelista atirou?
GRANJA -
Ele não tem nada a ver. Ele tá de laranja.

PERGUNTA - Como foi o crime?
GRANJA -
Foi em menos de um minuto. Entrei, fiz e saí.

PERGUNTA - Deu quantos tiros?
GRANJA -
Cinco.

PERGUNTA - Estava com raiva?
GRANJA -
Tava.

PERGUNTA - Pensou em si mesmo?
GRANJA -
Pensei. E se eu morresse? Quem ia criar meu filho?

PERGUNTA - O que o tatuador falou quando você pediu um caixão?
GRANJA -
Ele ficou assustado.


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