São Paulo, sábado, 26 de março de 2011

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Comandante pede relatório sobre grupos de extermínio

Punição a PMs suspeitos de matar 150 será rigorosa, diz coronel Camilo

Investigação da Polícia Civil indica a existência de dois grupos de extermínio formados por policiais militares

Danilo Verpa/Folhapress
Parte dos 2.332 novos policiais militares, durante a solenidade de formatura no estacionamento do Pacaembu, ontem

DE SÃO PAULO

O comandante-geral da PM paulista, coronel Álvaro Batista Camilo, afirmou ontem que vai pedir à Polícia Civil as informações do relatório que aponta a suspeita de participação de policiais militares em pelo menos 150 assassinatos entre 2006 e 2010.
O objetivo é abrir procedimentos internos para punir os envolvidos. O relatório indica a existência de dois grupos de extermínio formados por PMs em São Paulo.
"Não compactuamos com desvio de conduta. Não haverá complacência com qualquer pessoa", disse Camilo.
A Folha revelou ontem que cerca de 50 PMs das zonas norte e leste da capital são investigados pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Em 61% dos 150 casos, as vítimas não tinham antecedentes criminais.
O relatório foi produzido no ano passado e aponta motivações para os assassinatos: 20% por vingança; 13% por abuso de autoridade; 13% pelo que o relatório chama de "limpeza" (assassinato de viciados em drogas, por exemplo); 10% por cobranças ligadas ao tráfico; 5% por cobranças de jogo ilegal; e 39% sem razão aparente.
O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, admitiu que "há um certo tempo" escuta comentários sobre essa investigação e disse que a suspeita é de "gravidade extrema". "Isso entristece, é uma nódoa na história da PM", afirmou.
Já o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que não vai tolerar nenhum abuso ou erro e que a Corregedoria da Polícia Militar deverá apurar cada caso.

RIGIDEZ
Segundo o coronel Camilo, a PM tem sido ágil e rígida nas apurações contra seus integrantes. Em média, cerca de 300 policiais militares são expulsos anualmente por infringirem o regimento interno ou por cometerem crimes.
Ontem, ao discursar na formatura de 2.332 soldados, Ferreira Pinto cobrou seriedade dos novos policiais.
"Não se deixem levar ou envolver por uns poucos que não merecem confiança e devem ser tratados com o rigor da lei." (AFONSO BENITES)


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