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Caso cria disputa interna
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
O caso da máfia dos fiscais gerou uma disputa interna por poder na Polícia Civil paulista.
O que está em jogo é a manutenção do prestígio da cúpula da
polícia, recentemente indicada
pelo atual secretário da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, e a recuperação do poder
pelo grupo forte na gestão do ex-secretário José Afonso da Silva.
Em dezembro do ano passado,
promotores que hoje acompanham o caso se reuniram com o
então secretário-adjunto Luiz
Antonio Alves de Souza para pedir a colaboração na Polícia Civil
na investigação do incipiente caso dos fiscais.
Segundo a Folha apurou, os
promotores teriam sugerido os
delegados Itagiba Franco e Mauro Marcelo Lima e Silva.
Souza acatou o pedido de colaboração, mas disse que não admitiria indicação de nomes.
Surgiram então as indicações
de Romeu Tuma Jr. e Naief Saad
Neto, propostas pelo então diretor do Decap (Departamento de
Polícia Judiciária da Capital),
Eduardo Hallage, e prontamente aceitos pela secretaria.
Tuma Jr. e Naief eram pessoas
ligadas a Hallage, que, por sua
vez, era homem de confiança do
secretário e do adjunto.
No início do ano houve a substituição dos secretários e o grupo de Hallage perdeu prestígio.
Ele foi tirado do Decap, considerado a vitrine da Polícia Civil, e
transferido para o Dird (Departamento de Identificação e Registros Diversos).
Tuma Jr. e Naief acompanharam o chefe, mas continuaram
nas investigações.
Há poucos dias, Tuma Jr.
ameaçou pedir férias se não fosse aumentada a estrutura de investigação. As sucessivas reivindicações foram recebidas pela
secretaria como forma de desgastar o delegado-geral, Marco
Antônio Desgualdo.
A indicação de Itagiba Franco
para o caso -escolha pessoal do
secretário e de seu adjunto- sinalizaria que a cúpula da Segurança Pública quer se fazer presente na base da apuração da
máfia dos fiscais. Ao mesmo
tempo, cada concessão feita ao
grupo que perdeu o poder significa o fortalecimento dele dentro
da corporação.
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