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ÔNIBUS
Estudo preliminar apresentado à prefeitura mostra que valor arrecadado hoje não mantém despesas do transporte
Dados da Fipe indicam aumento da tarifa
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Estudo preliminar da Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas da USP) indica uma
necessidade de aumentar a tarifa
de ônibus em São Paulo, atualmente em R$ 1,15.
O secretário municipal dos
Transportes, Carlos Zarattini, disse ontem que parte dos dados recebidos pela prefeitura mostra
que os valores arrecadados hoje
não são suficientes para manter as
despesas do transporte coletivo.
"O estudo aponta um custo do
transporte que não é remunerado
pela tarifa como ela é hoje e que
vai exigir um grau de decisão da
prefeitura", afirmou. "Nós procuramos o tempo todo um caminho
alternativo a isso (aumento da tarifa). Mas estamos vendo as dificuldades de curto prazo."
Segundo Zarattini, a necessidade de elevação do valor da passagem vai se agravar por causa da
negociação salarial dos condutores. O dissídio da categoria, que
quer reajuste de 20%, já está sendo discutido este mês. As viações
dizem que não podem oferecer
nada. "Quanto mais os motoristas
conseguirem, mais aumenta esse
custo do transporte. Os salários
representam 70% das despesas."
A pesquisa da Fipe foi encomendada porque a prefeitura desconfiava das planilhas apresentadas pelos empresários de ônibus.
Os dados finais devem ser entregues ainda esta semana.
Com a queda na quantidade de
passageiros (de 120 milhões para
90 milhões mensais nos últimos
três anos), as viações dizem que
seria necessário R$ 1,35 por pessoa para cobrir os gastos. Para haver investimentos no sistema, como a renovação da frota, elas reivindicam uma tarifa de R$ 1,55.
A administração petista vai convidar especialistas no dia 4 para
mostrar a pesquisa da Fipe e discutir a concessão de subsídios,
que minimizariam o percentual
de reajuste da tarifa. A tendência
inicial era que a prefeitura seguisse outros municípios da Grande
São Paulo, que já cobram R$ 1,40.
Zarattini ressaltou "atenuantes"
do aumento da tarifa de ônibus.
Segundo ele, "esse impacto é zero" para mais de metade dos 4 milhões de passageiros transportados por dia, que recebem vale-transporte ou têm a condução paga pelos empregadores.
Ele voltou nesta semana dos
EUA, onde pediu ao Bird (Banco
Mundial) linhas de financiamento para que as viações comprem
ônibus não-poluentes. "Eles disseram que estão adotando uma
política de privilegiar regiões com
nível de pobreza maior, mas ficaram de estudar."
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