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TRADIÇÃO
Parque de 100 mil m2, que será retomado pelo zoológico e reaberto em 15 de maio, não terá mais animais ferozes
Estado assume Simba, que perderá atrações
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O Simba Safari como é conhecido há 30 anos chega ao fim na
próxima segunda-feira. A partir
de 15 de maio, será reaberto com
nova característica. A decisão é da
Fundação Parque Zoológico de
São Paulo, vinculada ao governo
do Estado, que retoma a área de
100 mil m2 onde funciona a atração, no Jabaquara (zona sul).
O espaço era arrendado ao empresário Francisco Luiz Galvão,
dono da Safari Tech. No próximo
semestre, a fundação que administra o zoológico abre licitação
para escolher o novo responsável
pelo parque. Galvão adianta que
não participará da concorrência.
É o fim do Simba porque, apesar
de o zoológico planejar reabri-lo,
não será mais o mesmo parque.
Modificações serão feitas no local,
a começar pela adoção de outro
nome. O atual pertence a Galvão.
Segundo o diretor do zoológico,
André Luiz Perondini, a decisão
de romper o contrato foi tomada
pelo conselho que administra a
fundação, formado por 12 especialistas em zootecnia. "A concessão da área foi renovada várias vezes, mas está em desacordo com a
lei das licitações [de 1993", que determina a obrigatoriedade da
concorrência", afirma.
Além de outro nome, o parque
será reaberto sem sua principal
atração: os animais ferozes (tigres
siberianos, leões e ursos). Os bichos do Simba são diferentes dos
que estão nas jaulas do zoológico
ou em um circo. Eles não são domesticados, e sim condicionados.
Dessa maneira, eles terão de ficar
presos até que os novos administradores adquiram experiência.
Perondini diz que está tentando
contratar uma parte dos 58 funcionários do Simba Safari, mas
não tem certeza se irá conseguir.
Para compensar a falta das principais atrações do parque, o zoológico pretende reduzir em cerca de
20% o preço do ingresso.
Hoje, varia de R$ 11 (com veículo do parque) a R$ 21,50 (com veículo próprio). Crianças de até 12
anos não pagam, sendo que o limite é de cinco por carro.
"Eu acho muito inteligente da
parte deles que confinem os animais por enquanto. Realmente
pode ser um risco", considera
Francisco Luiz Galvão.
De acordo com o empresário,
ele tentou protelar a retomada da
área do Simba Safari. "A minha
idéia era ficar uns dois anos e
meio treinando o novo pessoal,
enquanto construía o novo parque em outro local, mas não foi
possível fazer isso", diz.
Risco
Para Galvão, é arriscado uma
empresa que não tenha experiência cuidar do local. "Mesmo que
seja uma organização estrangeira,
como as norte-americanas, que
têm "know-how", é difícil. O problema não é só lidar com animais
selvagens, mas também com o
público brasileiro", considera.
Criado em 1971, como Parque
dos Leões, o Simba Safari foi crescendo, e, em 1972, já era um sucesso. Em 30 anos, foram mais de
8,5 milhões de visitantes. Em determinados períodos, chegou-se a
40 mil visitas por mês.
O Simba mantém em áreas demarcadas cerca de 300 animais
soltos. São espécies como o tigre
siberiano, em risco de extinção,
que, no ano passado, conseguiu se
reproduzir no parque, rendendo
três filhotes.
A fertilidade dos animais do
Simba era uma das peculiaridades
do local. Em março, o parque
apresentou o nascimento de 32
novos filhotes -11 de macacos-pregos, um de macaco-aranha, 11
de veados e 9 de emas.
"Quando iniciei esse trabalho
não pensei que ficaria aqui por
tanto tempo", diz Galvão.
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