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SAÚDE
Compras foram superfaturadas
Fraude com remédio desvia R$ 2,2 mi em MT
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A Polícia Civil de Mato Grosso
informou ontem que fraudes na
compra de medicamentos deram
prejuízo de R$ 2,2 milhões ao Estado. "Há fortes indícios" de que
o esquema ocorra ainda no AM,
PA, SE, TO, PE, MA, MS e GO,
disse a delegada Maria Alice Barros. Barros e a delegada Alana
Cardoso disseram ontem que foram indiciadas 12 pessoas.
A fraude em Mato Grosso ocorreu de janeiro a junho de 2003. No
período, a Secretaria de Estado da
Saúde comprou R$ 6,5 milhões
em medicamentos de alto custo
(usados por portadores de Alzheimer e Aids, entre outras).
A compra estava superfaturada
em R$ 2.229.568. A investigação
começou com a troca da comissão de licitação da secretaria, no
segundo semestre de 2003.
Segundo a polícia, o empresário
André Rodrigues Oliveira, dono
da Diagmed, em Cuiabá (MT),
usou documentos falsos, autenticados como verdadeiros pelo escrevente do cartório do 5º Ofício
em Goiânia (GO) Marcos Antônio Batista de Souza. Esses documentos seriam cartas apresentadas por Oliveira como prova de
que era o fornecedor exclusivo
em Mato Grosso de remédios fabricados por multinacionais.
Como a Diagmed passava por
fornecedor único, a secretaria dispensou licitação e contratou a
empresa por valor superfaturado.
A fraude, diz a polícia, conta com
três funcionários do governo.
No dia 13 passado, as delegadas
fizeram buscas e apreensões em
Goiânia. Oliveira representava
em Cuiabá a Medcomerce e a Milênio Produtos Hospitalares.
Foram apreendidos carimbos
na casa do escrevente Souza. A
polícia disse que ele confessou ter
vendido folhas em branco, com o
carimbo. Na Medcomerce e na
Milênio, teriam sido apreendidos
10 mil documentos autenticados.
Luis Eduardo Branquinho, dono da Medcomerce em Goiânia,
nega participação. Marcos Antônio Batista de Souza negou o crime e disse que a fraude foi cometida pela Medcomerce.
A reportagem não conseguiu
contatar Leonardo de Souza Rezende, dono da Milênio, ontem.
Branquinho, cujo irmão Luis Antônio é sócio da Milênio, disse que
essa última empresa apenas tinha
o empresário André Rodrigues
Oliveira como representante em
Cuiabá, a exemplo da Medcomerce. O advogado de Oliveira disse
que não falaria com a imprensa.
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