São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 2006

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MULTIUSO

Manequins são substituídos por idéias não-convencionais, como uma sala de estar para o público

Cliente vira parte da vitrine na Lorena

DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

No lugar dos manequins, duas poltronas dos anos 60, uma mesa de centro e revistas de moda antigas. Há 40 dias, quem passa em frente à loja Jackie Usava, na alameda Lorena, Jardins (zona oeste de São Paulo), se surpreende com a vitrine. Transformada em sala de estar, ela tem sempre modelos diferentes: as próprias clientes do estabelecimento.
Na manhã de ontem, a estilista Vera Castro e a gerente Mônica Soares conversavam enquanto tomavam um cafezinho. Nem se lembravam de que eram observadas por quem passava na rua. Em busca de alguma peça nova para o guarda-roupa, aproveitaram para bater papo enquanto decidiam o que levar. "Entrei na loja por causa da vitrine. A idéia é muito diferente", dizia Vera.
Mônica sempre fica alguns minutos a mais na loja. "É aconchegante, dá vontade de ficar o dia todo. A gente pode experimentar a roupa e sentar aqui, ver se ela é confortável", diz.
"Queria essa interação. Não gostava da impessoalidade das manequins e achava importante passar o conceito do "sentir-se bem" da nossa marca", diz Annete Shpaisman, diretora comercial da Jackie Usava.
A diretora de arte Ana Vera Ankonoviski agradece. Freqüentadora da vitrine, ela tem bons momentos de diversão nas poltronas. "Geralmente venho com uma amiga e observamos o pessoal passar na rua. A gente dá até nota para as roupas", conta. Aos sábados, ela pára para tomar champanhe e comer um pedaço de bolo na sala-cenário. "As outras lojas deviam copiar."
Vitrines inusitadas são cada vez mais comuns na cidade. Na loja Anunciação, na Oscar Freire, chama a atenção um minilago com carpas. Idéia do badalado cenógrafo Gringo Cardia, que há dois anos criou o conceito da loja cercada de vidros pink.
O laguinho, conta a gerente Bianca Nunes, dá trabalho (a água deve ser trocada a cada 15 dias e há uma pessoa para alimentar os peixes), mas cumpre o papel de atrair clientes. "Ele chama a atenção. Muita gente vem olhar o que é e acaba entrando", diz. "De fim de semana, tem quem venha para tirar foto."
Na loja masculina V.ROM, também na Lorena, a novidade fica escondida. Os manequins, criados por um engenheiro automobilístico, têm várias articulações para simular movimentos de "homens de verdade".


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