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FRAUDE NO LAUDO
7 pessoas foram presas e 1 está foragida
Diretor é acusado de liderar extorsão em vistoria de veículos no Paraná
DIMITRI DO VALLE
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O diretor-geral do Instituto de
Criminalística do Paraná, Ari Ferreira Fontana, e o chefe da Divisão
Técnica do órgão, Geraldo Gonçalves de Oliveira Filho, foram
presos ontem, em Curitiba, sob
acusação de extorquir dinheiro
para liberar carros e esquentar
documentos de veículos furtados.
Outras seis pessoas denunciadas tiveram a prisão decretada.
Uma está foragida e cinco foram
detidas nas cidades de Cascavel,
Guarapuava e Barracão, em operações do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil. O caso é
investigado há dois anos.
O Instituto de Criminalística é
ligado à Secretaria da Segurança
Pública do governo do Paraná e
executa vistorias de veículos. Segundo a pasta, Fontana e Oliveira
Filho comandavam o esquema de
corrupção, que operava principalmente em Guarapuava e Cascavel. O ex-diretor-geral é acusado de selecionar os peritos para o
grupo. Há também denúncias de
pagamento de diárias frias.
Segundo a denúncia, um ex-chefe da Ciretran (Circunscrição
Regional de Trânsito) de Cascavel
escolhia os donos que eram obrigados a enviar seus veículos para
perícia. Ele está foragido.
Para liberar o carro em caso de
transferência de proprietário, por
exemplo, três peritos do Instituto
de Criminalística de Cascavel (todos presos) eram escolhidos para
fazer o laudo técnico e cobrar 10%
do valor do veículo para liberá-lo.
Eles são acusados ainda de esquentar documentação de chassis
adulterados e veículos furtados.
Os carros eram retidos no pátio
de Cascavel, e a perícia ocorria
após o expediente, a partir das
18h, para não despertar suspeitas.
A apuração indicou que criminosos também foram alvos da
quadrilha, em casos em que precisavam de um laudo por causa de
acidente, furto ou transferência.
Em Cascavel foram presos os
peritos Jayme Cazarote Júnior,
Osvaldo Panissa e Décio Mitmann. Um médico, em Cascavel,
também foi preso e acusado de
atuar como "perito fantasma".
Já em Guarapuava, as perícias
suspeitas eram controladas por
uma mulher, presa ontem e considerada funcionária fantasma.
Os oito acusados foram denunciados por concussão (exigência
de vantagem indevida feita por
funcionário público), corrupção
passiva, falsas perícias, peculato
(desvio de dinheiro ou bem por
funcionário público), prevaricação (quando funcionário público
deixa de praticar ato que a função
exige) e formação de quadrilha.
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