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São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2003

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SPTrans volta a negar prejuízo

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da SPTrans, Gerson Bittencourt, voltou a negar, na última sexta-feira, qualquer tipo de prejuízo aos cofres públicos por conta da intervenção na empresa de ônibus TUCT.
Confrontado com os termos utilizados na ação judicial, disse que fará um aditamento com correções no texto -esclarecendo que a origem dos recursos aportados na viação é a "conta do sistema" de transporte (cuja receita, formada pela arrecadação com passes e vales-transporte, é distribuída entre os operadores).
Bittencourt disse ainda que a quantia aportada na TUCT já atinge hoje R$ 23.046.234. O valor pedido na ação, de R$ 17.238.684.07, se refere ao saldo até 25 de março deste ano.
Os contratos da SPTrans com as viações permitem a utilização de recursos da "conta do sistema" para socorrer empresas de ônibus em situações emergenciais. No final dos contratos, entretanto, a SPTrans precisa prestar contas das intervenções e repassar às operadoras os valores devidos pela prestação do serviço.
Bittencourt diz que já foram feitos os acertos dos últimos contratos, vencidos no final de janeiro, e que não houve contestação por parte dos empresários de ônibus de São Paulo. Ele admite que a SPTrans pode sofrer ações futuras de viações para recuperar a quantia usada da "conta do sistema" em intervenções. "Qualquer um pode entrar com ação. Se vai ganhar, é outra discussão", disse.
Afirmou ainda que, se a prefeitura conseguir recuperar parte do dinheiro injetado na TUCT, a verba voltará à "conta do sistema".
Bittencourt justificou os aportes feitos na TUCT durante a intervenção. Essa fase durou três meses -de outubro de 2002 a janeiro de 2003. Em seguida, a SPTrans teve que, novamente, requisitar a frota e os motoristas e cobradores da empresa de ônibus, pagando os salários, para manter a frota de 330 veículos em circulação.
Ele alegou que 64% dos R$ 23.046.234 foram injetados na viação para pagar salários. O restante, diz, foi usado com manutenção, combustível e serviços de água da garagem, por exemplo.
A Folha tentou anteontem e quinta-feira e nos últimos dois meses contatar Leonardo Lassi Capuano, João Tarcísio Borges e João Batista de Carvalho. Eles saíram de São Paulo sem deixar endereços e telefones para contato. A Justiça e a polícia também não conseguiram localizá-los. O advogado que os representa não respondeu aos pedidos de entrevista.
No final de março, a Folha chegou a localizar Capuano na rota Uberlândia-Patrocínio, a oeste de Minas Gerais. Ele havia erguido uma fazenda de difícil acesso, localizada a 670 km de São Paulo, rodeada de plantação de soja e criação de gado, com duas casas recém-construídas, lancha na garagem, à beira de uma represa. (AI)

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