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SPTrans volta a negar prejuízo
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da SPTrans, Gerson Bittencourt, voltou a negar,
na última sexta-feira, qualquer tipo de prejuízo aos cofres públicos
por conta da intervenção na empresa de ônibus TUCT.
Confrontado com os termos
utilizados na ação judicial, disse
que fará um aditamento com correções no texto -esclarecendo
que a origem dos recursos aportados na viação é a "conta do sistema" de transporte (cuja receita,
formada pela arrecadação com
passes e vales-transporte, é distribuída entre os operadores).
Bittencourt disse ainda que a
quantia aportada na TUCT já
atinge hoje R$ 23.046.234. O valor
pedido na ação, de R$
17.238.684.07, se refere ao saldo
até 25 de março deste ano.
Os contratos da SPTrans com as
viações permitem a utilização de
recursos da "conta do sistema"
para socorrer empresas de ônibus
em situações emergenciais. No final dos contratos, entretanto, a
SPTrans precisa prestar contas
das intervenções e repassar às
operadoras os valores devidos pela prestação do serviço.
Bittencourt diz que já foram feitos os acertos dos últimos contratos, vencidos no final de janeiro, e
que não houve contestação por
parte dos empresários de ônibus
de São Paulo. Ele admite que a
SPTrans pode sofrer ações futuras
de viações para recuperar a quantia usada da "conta do sistema"
em intervenções. "Qualquer um
pode entrar com ação. Se vai ganhar, é outra discussão", disse.
Afirmou ainda que, se a prefeitura conseguir recuperar parte do
dinheiro injetado na TUCT, a verba voltará à "conta do sistema".
Bittencourt justificou os aportes
feitos na TUCT durante a intervenção. Essa fase durou três meses -de outubro de 2002 a janeiro de 2003. Em seguida, a SPTrans
teve que, novamente, requisitar a
frota e os motoristas e cobradores
da empresa de ônibus, pagando
os salários, para manter a frota de
330 veículos em circulação.
Ele alegou que 64% dos R$
23.046.234 foram injetados na
viação para pagar salários. O restante, diz, foi usado com manutenção, combustível e serviços de
água da garagem, por exemplo.
A Folha tentou anteontem e
quinta-feira e nos últimos dois
meses contatar Leonardo Lassi
Capuano, João Tarcísio Borges e
João Batista de Carvalho. Eles saíram de São Paulo sem deixar endereços e telefones para contato.
A Justiça e a polícia também não
conseguiram localizá-los. O advogado que os representa não respondeu aos pedidos de entrevista.
No final de março, a Folha chegou a localizar Capuano na rota
Uberlândia-Patrocínio, a oeste de
Minas Gerais. Ele havia erguido
uma fazenda de difícil acesso, localizada a 670 km de São Paulo,
rodeada de plantação de soja e
criação de gado, com duas casas
recém-construídas, lancha na garagem, à beira de uma represa.
(AI)
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