DO "AGORA"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Duas operações de reintegração de posse, em São Paulo e em Uberlândia (MG), acabaram em confronto entre famílias sem teto e policiais ontem.
Em São Paulo, cerca de cem policiais militares cercaram um terreno no Jardim Boa Vista (zona oeste), do Hicks, Muse, Tate & Furst, fundo de investimento norte-americano, ex-parceiro do clube de futebol Corinthians.
O terreno, que fica próximo ao km 17,5 da rodovia Raposo Tavares, foi invadido há 11 dias por cerca de 3.000 famílias sem teto ligadas ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Após a chegada da PM, às 6h de ontem, funcionários da empresa contratada para desmontar o acampamento dos sem-teto foram recebidos a pedradas, segundo a polícia.
Os PMs reagiram usando cassetetes e balas de borracha. Segundo a polícia, não houve feridos. O MTST diz que seis pessoas foram feridos sem gravidade.
Após o confronto, que durou menos de dez minutos, cerca de 300 sem-teto saíram em passeata pela Raposo Tavares até a Subprefeitura do Butantã. A marcha ocupou parte da pista da rodovia.
Uma comissão dos sem-teto foi recebida pelo secretário das subprefeituras, Carlos Zarattini.
Prefeitura e sem-teto, no entanto, não chegaram a um acordo sobre o destino dos sem-teto. Segundo coordenadores do movimento, a prefeitura ofereceu vagas em albergues, mas a proposta foi recusada. Cerca de 200 pessoas iriam passar a noite de hoje acampadas em frente à subprefeitura.

Minas
Em Minas Gerais, a ação da Polícia Militar durante a reintegração de posse de uma área invadida desde dezembro do ano passado por famílias ligadas ao MTST em Uberlândia deixou dez feridos e 15 militantes presos.
Segundo a PM, os 600 policiais em operação foram recebidos com pedras e coquetéis molotov por sem-teto. A PM revidou com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. A PM diz que havia 90 famílias na área. Para o MTST, eram 230.
Segundo o comandante da PM em Uberlândia, coronel Davidson Lopes da Silva, um policial e nove sem-teto tiveram ferimentos leves. Os sem-teto detidos foram levados para a delegacia e liberados. Segundo Divino Martins dos Santos, da liderança do MTST, foi a PM quem começou o confronto.


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