IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O show na CPI, ontem, com bate-boca e prisão, foi um resumo do pior que a combinação de TV legislativa ao vivo e parlamentares à busca de palanque pode oferecer ao público.
Longe de dar atestado de inocência aos advogados na berlinda, eles próprios atores imersos no cinismo de seus papéis e altamente suspeitos, é forçoso apontar que os deputados ultrapassaram os limites da decência. E assim vem sendo em todas as CPIs -a dos Bingos, que ainda está em curso, é pródiga em cenas correlatas.
O jogo é assim: se você, em rede nacional, é chamado de bandido por um parlamentar, tem o dever de ficar quieto; se retrucar (tendo ou não razão), ele tem o direito de te dar voz de prisão e algemar.
Tudo bem que isso se passa dentro da lei e ao mesmo tempo é de mentirinha, sem efeito prático, como quase tudo num Congresso declaradamente incapaz de se auto-regular. Até isso ficar claro, contudo, o programa já mudou na TV, e as manchetes nos on-lines já são outras. É uma cretinice.


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