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Novo desafio de ecologistas é proteger costa e mar
Menos de 1% das áreas costeiras e marinhas do país estão em regiões de conservação
Oposição de empresas e de comunidades pesqueiras é apontada como o principal obstáculo para a proteção de áreas costeiras
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois dos movimentos em
defesa do Pantanal, da Amazônia e da mata atlântica, o novo
desafio apontado por ambientalistas e pelo governo federal é
proteger as áreas costeiras e
marinhas do país. Hoje, menos
de 1% dessas regiões estão protegidas em unidades de conservação federais e estaduais.
O índice de proteção tem de
chegar a pelo menos 10%, segundo Ana Paula Leite Prates,
coordenadora do núcleo de zona costeira e marinha do Ministério do Meio Ambiente. A
Amazônia, por exemplo, conseguiu alcançar a proteção de
10% de sua área.
As unidades de conservação
são divididas em diversas categorias -parque, floresta nacional, reserva biológica e refúgio
de vida silvestre, por exemplo.
Prates participou do debate
"Novos rumos nos mares da
mata atlântica", ontem durante
o Viva a Mata 2007, no parque
Ibirapuera. O evento, promovido pela Fundação SOS Mata
Atlântica, festeja o Dia Nacional da Mata Atlântica, amanhã.
Para a coordenadora, a oposição de empresas e comunidades pesqueiras é a principal dificuldade para proteger áreas
costeiras -é mais problemática até que a falta de recursos. "É
preciso levar ao conhecimento
das pessoas que as unidades
ajudam também em atividades
econômicas como a pesca."
Nas áreas protegidas, diz ela,
os organismos conseguem se
reproduzir adequadamente e,
depois, migram para outras
áreas, favorecendo a pesca.
Marcelo Françoso, diretor de
unidade de conservação de proteção integral do recém-criado
Instituto Chico Mendes (autarquia do Ministério do Meio
Ambiente), ressalta que grande
parte da degradação das áreas
costeiras ocorre pela pressão
de empreendimentos imobiliários e turísticos no litoral.
A pesca predatória, "em
grande escala, que não respeita
a capacidade de renovação das
espécies", é também prejudicial, diz Françoso. Entre as espécies ameaçadas estão a lagosta, o caranguejo e a sardinha.
Segundo Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica, estudos da fundação indicam que
há degradação das áreas costeiras e mangues -por isso, é preciso priorizar essas regiões.
A fundação lançou um edital
que vai destinar R$ 200 mil para a criação e consolidação de
unidades de conservação marinhas -cada projeto aprovado
pode receber até R$ 40 mil.
Além disso, outros R$ 300 mil
serão usados para desenvolver,
de forma sustentável, uma área
costeira. Os recursos vieram da
empresa Copebrás e do Bradesco Capitalização.
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