São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Novo desafio de ecologistas é proteger costa e mar

Menos de 1% das áreas costeiras e marinhas do país estão em regiões de conservação

Oposição de empresas e de comunidades pesqueiras é apontada como o principal obstáculo para a proteção de áreas costeiras

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois dos movimentos em defesa do Pantanal, da Amazônia e da mata atlântica, o novo desafio apontado por ambientalistas e pelo governo federal é proteger as áreas costeiras e marinhas do país. Hoje, menos de 1% dessas regiões estão protegidas em unidades de conservação federais e estaduais.
O índice de proteção tem de chegar a pelo menos 10%, segundo Ana Paula Leite Prates, coordenadora do núcleo de zona costeira e marinha do Ministério do Meio Ambiente. A Amazônia, por exemplo, conseguiu alcançar a proteção de 10% de sua área.
As unidades de conservação são divididas em diversas categorias -parque, floresta nacional, reserva biológica e refúgio de vida silvestre, por exemplo.
Prates participou do debate "Novos rumos nos mares da mata atlântica", ontem durante o Viva a Mata 2007, no parque Ibirapuera. O evento, promovido pela Fundação SOS Mata Atlântica, festeja o Dia Nacional da Mata Atlântica, amanhã.
Para a coordenadora, a oposição de empresas e comunidades pesqueiras é a principal dificuldade para proteger áreas costeiras -é mais problemática até que a falta de recursos. "É preciso levar ao conhecimento das pessoas que as unidades ajudam também em atividades econômicas como a pesca."
Nas áreas protegidas, diz ela, os organismos conseguem se reproduzir adequadamente e, depois, migram para outras áreas, favorecendo a pesca.
Marcelo Françoso, diretor de unidade de conservação de proteção integral do recém-criado Instituto Chico Mendes (autarquia do Ministério do Meio Ambiente), ressalta que grande parte da degradação das áreas costeiras ocorre pela pressão de empreendimentos imobiliários e turísticos no litoral.
A pesca predatória, "em grande escala, que não respeita a capacidade de renovação das espécies", é também prejudicial, diz Françoso. Entre as espécies ameaçadas estão a lagosta, o caranguejo e a sardinha.
Segundo Márcia Hirota, diretora da SOS Mata Atlântica, estudos da fundação indicam que há degradação das áreas costeiras e mangues -por isso, é preciso priorizar essas regiões.
A fundação lançou um edital que vai destinar R$ 200 mil para a criação e consolidação de unidades de conservação marinhas -cada projeto aprovado pode receber até R$ 40 mil. Além disso, outros R$ 300 mil serão usados para desenvolver, de forma sustentável, uma área costeira. Os recursos vieram da empresa Copebrás e do Bradesco Capitalização.


Texto Anterior: Fim da greve: Depois de 72 horas, PF volta ao trabalho
Próximo Texto: No Ibirapuera, evento expõe novos usos para garrafas pet
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.