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SEGURANÇA PÚBLICA
Segundo a ONU, é preciso 1 homem para cada 250 pessoas; no país, há 1 para cada 360 brasileiros
Faltam policiais civis e militares no Brasil
LISANDRA PARAGUASSÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil tem menos policiais do
que o recomendado por organizações internacionais. Dados levantados pelo Ministério da Justiça mostram que o país tem
413.012 policiais civis e militares
espalhados por 26 Estados e Distrito Federal -média de 1 para
cada 410 habitantes.
A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda para o policiamento ostensivo a relação de
1 policial para cada 350 pessoas,
sem contar os bombeiros.
Incluindo o Corpo de Bombeiros, a recomendação da ONU vai
para 1 policial para cada 250 habitantes. Nesse caso, a situação brasileira também não é boa -1 para
grupos de 360 pessoas.
O levantamento está no site do
Ministério da Justiça na internet
(www.mj.gov.br) e faz parte de
uma das ações do Plano Nacional
de Segurança Pública, com o objetivo de elaborar um diagnóstico
das forças responsáveis pela segurança pública no país.
Para calcular a relação, a Folha
usou o número de habitantes por
Estado levantado pelo Censo
2000, disponível no endereço eletrônico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
www.ibge.gov.br .
Diferenças
A falta de policiais nas ruas fica
pior quando se analisam os números por Estados. Há grandes
diferenças regionais.
São Paulo é o Estado com a
maior população do país e também o maior efetivo para combater a criminalidade. São 78.483
policiais militares e 23.718 civis. A
média paulista é 1 para cada 360
moradores do Estado.
Contando com os bombeiros, o
número passa para 1 a cada grupo
de 331 pessoas. A situação paulista é melhor que a de alguns Estados, como o Rio de Janeiro (1 para
431), e pior que a de outros, como
o Acre (1 para 190).
Segundo o secretário da Segurança Pública do Estado, Marco
Vinicio Petrelluzzi, o governo está
aumentando gradativamente o
número de policiais. "A nossa
meta é chegar ao recomendado
pela ONU aos poucos, dentro das
nossas restrições orçamentárias."
A pior situação, no entanto, está
no Maranhão. O Estado governado por Roseana Sarney (PFL) chega a ter apenas 1 policial para cada
721 habitantes. A melhor relação
identificada a partir dos dados do
Ministério da Justiça é a do Distrito Federal: 1 para 103 moradores.
Cidades-satélites do DF
O DF, no entanto, sofre com um
problema crônico de má distribuição. O Plano Piloto, área nobre
da cidade, tem uma alta concentração de policiais, enquanto
áreas com maior criminalidade,
como algumas cidades-satélites,
não têm o mesmo atendimento.
O levantamento do Ministério
da Justiça também mostra que algumas políticas federais para as
polícias ainda não tomaram forma nos Estados. Programas de redução de violência para os policiais, por exemplo, não existem
para 66% das polícias militares e
40% das polícias civis.
Projetos para reduzir o número
de pessoas mortas pelas polícias
também não estão sendo adotados: 60% das PMs e 52% das civis
não os possuem. A mesma coisa
com os programas para diminuir
corrupção nas organizações. Apenas 30% das PMs já criaram algum projeto. Na Civil, a situação é
melhor, com 59% dos Estados
tendo algum tipo de ação.
A Folha tentou falar com o secretário nacional da Segurança
Pública, Pedro Alvarenga, das 14h
de ontem até a conclusão desta
edição, mas não conseguiu localizá-lo para comentar os dados.
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