São Paulo, quarta-feira, 26 de junho de 2002

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Greve contra a crise na FFLCH começou em abril

DA REPORTAGEM LOCAL

No dia 29 de abril, uma assembléia de alunos do curso de letras aprova a decretação de greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam a contratação de professores para minimizar a superlotação de salas de aulas. Alguns docentes chegam a trabalhar com turmas de 200 alunos.
Criada em 1934 e uma das unidades fundadoras da USP, a "Fefeleche" -como é chamada por alunos e professores- tem 12.327 estudantes, cerca de 20% do total de alunos da universidade.
No dia 30 de abril, outros cursos aderem à greve, em assembléia geral da FFLCH. A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas tem 349 professores -média de 1 para cada 35,2 alunos. A média padrão da USP é de 1 professor por grupo de 14 alunos.
Por causa do feriado de 1º de maio e do esvaziamento da USP no dia 2, a greve começa, na prática, no dia 3 de maio, sexta-feira. Aos poucos, todos os estudantes da FFLCH aderem à paralisação.
Professores da "Fefeleche" e a direção da faculdade declaram apoio ao movimento. O diretor da unidade, professor Francis Henrik Aubert, diz que a reivindicação dos estudantes "é legítima" e define a mobilização como "a mais criativa e original realizada pelo movimento estudantil nos últimos vinte anos".
A reitoria responde aos grevistas propondo a contratação temporária de 26 professores. Os estudantes reivindicam 259; a direção da FFLCH, 115.
Em entrevista à Folha no dia 9 de junho, o vice-reitor da USP, Hélio Nogueira da Cruz, diz que a direção da faculdade não planejou a sua necessidade de docentes e que lutaria "para a contratação ser feita com critérios acadêmicos, e não políticos".
No dia 10 de maio, representantes dos alunos rejeitam a proposta da reitoria. Na quarta-feira da semana passada, dia 19, é formada uma comissão de professores notáveis, num ato em defesa da FFLCH realizado na USP. A comissão se propõe a intervir nas negociações com a reitoria sempre que a discussão sobre contratação de professores emperrar.
No dia 20, o professor Sedi Hirano obtém 83 votos nas eleições para escolha do novo diretor da unidade e encabeça a lista tríplice, remetida à reitoria na sexta-feira, 21. Três dias depois, Hirano é confirmado para o cargo, pelo reitor.



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