São Paulo, sexta, 26 de junho de 1998

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EDUCAÇÃO
Líderes tentam aprovar texto sem oposição
Governo quer votar projeto de federais na 3ª

da Sucursal de Brasília

O governo vai mobilizar sua base de sustentação na Câmara para tentar aprovar o projeto que prevê a gratificação dos professores na terça-feira, mesmo sem acordo com a oposição. Os líderes governistas começaram a enviar telegramas convocando deputados.
Para aprovar o projeto, o governo precisa da maioria simples dos votos, respeitado o quórum mínimo de 257 deputados (do total de 513) presentes. "Vamos ganhar colocando deputados no plenário", afirmou o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
Segundo o líder, o governo já negociou tudo o que podia no projeto. Inocêncio acusou a oposição de se aproveitar politicamente da greve dos professores.
Para ele, a oposição quer desgastar a imagem do governo neste ano eleitoral. "A oposição vai ter de arcar com o ônus de uma greve tão longa e prejudicial", disse.
O pefelista acredita que a posse da nova diretoria da entidade sindical dos professores vai facilitar a aprovação do projeto. A nova diretoria acompanhou as negociações e defende posições menos radicais do que a atual diretoria, que não concordava em alterar o projeto e defendia sua substituição por um outro diferente.
Ricardo de Oliveira, presidente eleito da Andes (sindicato nacional dos professores universitários), que toma posse no cargo hoje, disse que havia condições para o projeto de lei das gratificações ser votado anteontem.
"O projeto só não foi votado porque não houve acordo. Agora há uma situação de tensão. Na terça-feira, estamos por um triz, com prazo muito apertado", afirmou.
A avaliação dos docentes é um dos principais pontos de impasse. O comando de greve não aceita que as gratificações sejam vinculadas a um processo de avaliação da produtividade dos professores, como quer o MEC.
Os grevistas querem que as gratificações sejam integralmente pagas aos aposentados e incluam professores de 1º e 2º graus.
A próxima terça é o prazo final para a Câmara votar o projeto. Caso isso não aconteça, não haverá mais tempo para a concessão da gratificação antes das eleições.
Depois de aprovado pela Câmara, o projeto ainda precisa ser votado pelo Senado para ser sancionado pelo presidente.



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