WAGNER OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O Ibama e o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) interditaram às 15h30 de ontem o duto que alimenta a Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), em Araucária (região metropolitana de Curitiba).
É a segunda interdição do oleoduto após o acidente em que houve o derramamento de 4 milhões de litros de óleo. Parte do produto atingiu os rios Iguaçu e Barigui.
Os dois órgãos ambientais exigem da Petrobras licença ambiental, plano de controle e vigilância e termo de compromisso atestando a segurança dos 117 quilômetros de dutos que ligam o terminal marítimo de São Francisco do Sul (SC) à Repar.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o IAP também querem a documentação fornecida pela Petrobras à ANP (Agência Nacional de Petróleo), que interditou o mesmo oleoduto entre os dias 18 e 20.
Técnicos do Ibama e do IAP realizaram investigação e entenderam que o acidente ocorreu na área sob responsabilidade da Transpetro, subsidiária da Petrobras, que não possui licença ambiental para operar o serviço de bombeamento de óleo.
"Queremos a garantia de que todo o sistema de dutos está seguro. Se foi difícil controlar um acidente aqui perto da refinaria, imagine se ocorrer um vazamento na área da serra do mar, por onde também passa a canalização", disse o representante do Ibama no Paraná, Luiz Antunes Nunes de Melo.

Surpresa
A Repar estava voltando ontem à capacidade máxima de refino desde a interdição do duto pela ANP, quando foi surpreendida com uma nova paralisação.
"Estávamos preocupados nos primeiros dias no combate ao desastre provocado pela Petrobras. Agora, estamos tomando as primeiras ações. É melhor pecar pelo excesso do que pagar pela omissão", afirmou o presidente do IAP, José Antonio Andreguetto.
Wong Loon, diretor de dutos e terminais da Petrobras, disse que a estatal não tem licença ambiental porque a legislação foi regulamentada na esfera estadual em 1980 e na federal em 1983, depois da instalação dos dutos em Araucária, no ano de 1977.
"Temos todos os documentos exigidos pelo Ibama e pelo IAP. Não importa se o acidente aconteceu na Repar ou Transpetro, tudo é área da Petrobras e de sua responsabilidade", afirmou.
Segundo ele, a estatal vai apresentar hoje toda a documentação exigida pelos órgãos ambientais. "Esperamos que o duto volte a operar normalmente ainda amanhã (hoje)", afirmou Loon.


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