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EDUCAÇÃO
Unidade autorizada pelo MEC terá ensino pago; reitor é contra vínculo com universidade pública
Fundação ligada à USP pode abrir faculdade
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério da Educação autorizou uma fundação ligada à USP
(Universidade de São Paulo) a
criar uma faculdade privada.
Há um ano, a Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), ligada ao departamento de Ciências Contábeis da FEA (Faculdade
de Economia e Administração),
pediu e, no último dia 4, o ministro Paulo Renato Souza oficializou a permissão para o funcionamento da Faculdade Brasileira de
Gestão e Negócios, que poderá
oferecer cursos pagos de graduação como qualquer particular.
Trabalhando com a maioria de
professores da USP, a fundação
pretende abrir 60 vagas, já em
2002, para formação de bacharéis
em ciências atuariais, curso que a
universidade fechou, no começo
da década passada, e que preparava profissionais para trabalhar
com previdência, controladoria e
seguros. As aulas serão na sede da
fundação, que fica ao lado da Cidade Universitária.
Como a fundação é entidade
privada e autônoma, não há impedimento legal. Mas o reitor Jacques Marcovitch avisou ontem
que é contra. Por meio da assessoria de imprensa, Marcovitch disse
discordar de cursos de graduação
particulares vinculados ao nome
da universidade pública. "Qualquer uma das 30 fundações que
tenha pretensão semelhante deve
cortar qualquer ligação com a
USP", completou o reitor.
A diretoria da Fipecafi se reúne
amanhã ou segunda para decidir
se aborta o curso ou mantém o
projeto e perde a "grife USP".
Hoje, as fundações, em parceria
com as universidades, captam e
administram recursos para pesquisas e mantêm cursos de especialização pagos, a maioria na
área de negócios, os MBA (Master
Business Administration).
Professores e pesquisadores das
universidades trabalham nessas
atividades, que pagam melhor
que o Estado e usam a estrutura e
a credibilidade de uma USP, por
exemplo. Em contrapartida, as
universidades recebem um percentual da renda das fundações
-em dinheiro ou como melhoria
na infra-estrutura. Exemplo disso
são as salas acarpetadas, com ar-condicionado e cadeiras acolchoadas da Faculdade de Economia e Administração, cuja fundação mais conhecida é a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), famosa pelo cálculo da
inflação. A Fipecafi, por exemplo,
faturou R$ 28 milhões no ano passado, dos quais repassou 15% à
USP. Só no campus de São Paulo,
são 19 fundações ligadas à universidade; mais seis, em Ribeirão
Preto; duas, em Bauru; duas, em
São Carlos, e uma na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz), em Piracicaba. A USP
não divulgou quanto recebe.
Saúde, engenharias, economia e
administração são as áreas mais
pródigas, mas a ECA (Escola de
Comunicações e Artes), a Faculdade de Educação e o Instituto
Oceanográfico também têm suas
fundações.
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