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RIO
Paulo Rocha foi assassinado quando deixava o trabalho em presídio e Roberto Dias, em uma ação na Maré; traficantes são suspeitos
Coordenador de Bangu e delegado são mortos
FABIANA CIMIERI
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Traficantes ligados à facção TCP
(Terceiro Comando Puro) são
suspeitos de matar o coordenador
de segurança do complexo penitenciário de Bangu (zona oeste do
Rio), Paulo Roberto Rocha, e o titular da Divisão de Capturas Suburbana da Polinter, delegado
Roberto Dias, em duas ações.
Rocha, 47, foi morto por volta
das 20h30 de anteontem, com um
tiro, na avenida Brasil, enquanto
dirigia sozinho um Gol oficial.
O delegado Dias, 29, foi morto
por volta do meio-dia de ontem
numa operação na favela Roquete
Pinto, na Maré (zona norte).
O secretário Anthony Garotinho (Segurança Pública) está em
Roma. Para o subsecretário Marcelo Itagiba, a morte de Rocha foi
atentado e a de Dias, "fatalidade".
Coordenador
A família do coordenador de segurança de Bangu e a polícia acreditam em vingança, mas não está
descartada a tentativa de assalto.
Segundo parentes, ele vinha recebendo ameaças desde que passou a investigar por conta própria
o assassinato, em 2002, do irmão,
o PM Edmílson Antônio Rocha.
Para ele, o irmão foi morto pela
quadrilha de Róbson André da
Silva, o Robinho Pinga, principal
líder do TCP. Sua irmã, Eneida,
disse que uma suposta advogada
de Robinho Pinga, só identificada
como Amelinha, fazia ameaças
pela quadrilha. "A advogada disse
que os meninos [traficantes] matariam nossa família", disse Eneida no velório, ontem.
Em 3 de dezembro, quando tirava o carro da garagem, dez homens em cinco motos emboscaram Rocha. Ferido na perna, ainda baleou um bandido. Chegou a
andar com segurança e dormir
com duas pistolas na cabeceira.
Delegado
Liderando 13 policiais civis, Dias
foi atingido por um tiro de fuzil de
raspão no pescoço ao abrir a janela de um barraco na favela Roquete Pinto. Sobre a laje, um homem
fez o disparo fatal, na cabeça.
Dias foi à Roquete Pinto após
receber informação de que traficantes ligados a Nei da Conceição
Cruz, o Facão, um dos líderes do
TCP, estariam no local. Granadas
jogadas pelos traficantes feriram
os inspetores Joelson dos Santos,
39, e Paulo Araújo Costa, 41. Um
suposto traficante foi morto.
O paulista Dias estava havia três
anos na polícia. Começou como
delegado-substituto na Delegacia
de Repressão a Entorpecentes.
Antes do tiroteio, a equipe de
Dias vasculhou 20 casas na favela.
Alguns moradores disseram que a
polícia, que não tinha mandado
de segurança coletivo, entrava
"sem educação e revirava tudo".
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