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São Paulo, sábado, 26 de julho de 2003

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RIO

Paulo Rocha foi assassinado quando deixava o trabalho em presídio e Roberto Dias, em uma ação na Maré; traficantes são suspeitos

Coordenador de Bangu e delegado são mortos

FABIANA CIMIERI
MARIO HUGO MONKEN

DA SUCURSAL DO RIO

Traficantes ligados à facção TCP (Terceiro Comando Puro) são suspeitos de matar o coordenador de segurança do complexo penitenciário de Bangu (zona oeste do Rio), Paulo Roberto Rocha, e o titular da Divisão de Capturas Suburbana da Polinter, delegado Roberto Dias, em duas ações.
Rocha, 47, foi morto por volta das 20h30 de anteontem, com um tiro, na avenida Brasil, enquanto dirigia sozinho um Gol oficial.
O delegado Dias, 29, foi morto por volta do meio-dia de ontem numa operação na favela Roquete Pinto, na Maré (zona norte).
O secretário Anthony Garotinho (Segurança Pública) está em Roma. Para o subsecretário Marcelo Itagiba, a morte de Rocha foi atentado e a de Dias, "fatalidade".

Coordenador
A família do coordenador de segurança de Bangu e a polícia acreditam em vingança, mas não está descartada a tentativa de assalto.
Segundo parentes, ele vinha recebendo ameaças desde que passou a investigar por conta própria o assassinato, em 2002, do irmão, o PM Edmílson Antônio Rocha.
Para ele, o irmão foi morto pela quadrilha de Róbson André da Silva, o Robinho Pinga, principal líder do TCP. Sua irmã, Eneida, disse que uma suposta advogada de Robinho Pinga, só identificada como Amelinha, fazia ameaças pela quadrilha. "A advogada disse que os meninos [traficantes] matariam nossa família", disse Eneida no velório, ontem.
Em 3 de dezembro, quando tirava o carro da garagem, dez homens em cinco motos emboscaram Rocha. Ferido na perna, ainda baleou um bandido. Chegou a andar com segurança e dormir com duas pistolas na cabeceira.

Delegado
Liderando 13 policiais civis, Dias foi atingido por um tiro de fuzil de raspão no pescoço ao abrir a janela de um barraco na favela Roquete Pinto. Sobre a laje, um homem fez o disparo fatal, na cabeça.
Dias foi à Roquete Pinto após receber informação de que traficantes ligados a Nei da Conceição Cruz, o Facão, um dos líderes do TCP, estariam no local. Granadas jogadas pelos traficantes feriram os inspetores Joelson dos Santos, 39, e Paulo Araújo Costa, 41. Um suposto traficante foi morto.
O paulista Dias estava havia três anos na polícia. Começou como delegado-substituto na Delegacia de Repressão a Entorpecentes.
Antes do tiroteio, a equipe de Dias vasculhou 20 casas na favela. Alguns moradores disseram que a polícia, que não tinha mandado de segurança coletivo, entrava "sem educação e revirava tudo".


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