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HABITAÇÃO
Desocupação pode ocorrer no fim de semana; mais 2 dos 4 imóveis invadidos na segunda-feira continuam ocupados
Justiça manda desocupar prédio na Ipiranga
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais um dos quatro imóveis invadidos por sem-teto na última
segunda-feira pode ser desocupado neste fim de semana. Ontem, a
Justiça concedeu ao proprietário
Ricardo Nunez Perez a reintegração de posse do hotel Terminus,
na avenida Ipiranga (centro).
A liminar, expedida pelo juiz
Nilson Wilfred Ivanhoé, da 35ª
Vara Cível, autoriza o uso da Polícia Militar na desocupação. Os
sem-teto dizem que não irão sair.
"Vamos resistir e estamos preparados para isso", afirmou Edinalva Franca, coordenadora do
Movimento dos Sem-Teto do
Centro (MSTC). Segundo ela, cerca de 800 pessoas estão alojadas
no imóvel. Entre eles, uma grávida de três meses, que, antes da invasão, morava em uma perua.
"Pode uma grávida dormir em
banco de carro? Não há condições
de essas pessoas voltarem aos locais de onde vieram."
Os imóveis das ruas Mauá e Aurora também permanecem ocupados. O hotel Danúbio, na avenida Brigadeiro Luís Antônio, foi
desocupado anteontem. Os invasores, porém, instalaram-se na
frente da sede da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), na zona oeste.
Acampamento
Até a noite de ontem, 415 pessoas (conforme levantamento do
MSTC) continuavam acampadas
no local, à espera de um novo alojamento.
Porém, de acordo com um cadastro realizado pela CDHU, há
218 pessoas no acampamento e,
destas, apenas 72 estavam no hotel Danúbio. Segundo Valéria
Barreto, superintendente de comunicação do órgão, o governo
do Estado se comprometeu a fornecer abrigo emergencial apenas
para os sem-teto que participaram da ocupação do hotel.
Ivaneti Araújo, coordenadora
do movimento, diz que todos que
estão no local estavam no Danúbio e que houve uma falha no cadastro feito pela CDHU.
Alimentação
A calçada diante da CDHU foi
coberta por uma lona azul, sob a
qual é preparada a comida, proveniente de doações. No almoço de
ontem, foram feitos 30 kg de arroz, 25 kg de macarrão e 7 kg de
feijão. "E não deu para todo mundo", disse Conceição Ferreira, 55,
responsável pela "cozinha".
Com essa situação, quem está
lucrando é a dona de um trailer de
sanduíches que funciona ao lado
da CDHU. "Eu geralmente ganho
R$ 300 por dia. Ontem [quinta-feira], vendi R$ 500", conta Alda
Maria Batista, 42. Ela não costuma trabalhar no fim de semana,
mas pretende abrir o trailer hoje.
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