São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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Norma de 2005 já restringia uso de Congonhas, mas foi desrespeitada

DA REPORTAGEM LOCAL

Se uma portaria de 2005 do DAC (Departamento de Aviação Civil),que regulou o uso dos aeroportos em São Paulo, tivesse sido cumprida, o pacote de medidas do Conac (Conselho de Aviação Civil), anunciado na sexta-feira, faria pouco sentido.
O documento já determinava que o objetivo primário do aeroporto de Congonhas era atender a ponte-aérea com o Rio de Janeiro e, em segundo lugar, os aeroportos de Brasília, Confins e Curitiba e vôos dentro do Estado. Todos os demais destinos, viriam depois, se a capacidade permitisse.
Um item do texto também proibia que aeronaves ficassem mais que 40 minutos nos box de estacionamento. Mas cena comum no local são aviões permanecerem um tempo bem maior enquanto aguardam passageiros originários de vôos com conexão em Congonhas.
Portaria da mesma época restringiu, com sucesso, apesar de pressões de usuários e companhias, o uso do aeroporto da Pampulha (em Belo Horizonte), que também privilegiou vôos curtos e as pontes aéreas.
As restrições às proibições de vôos charters também vêm de pelo menos setembro do ano passado, e foram reforçadas pelo ministro da Defesa, Waldir Pires, em 2006. Com a nova proibição, apenas 1% dos vôos deverão sair de Congonhas. A novidade do pacote, a proibição de que vôos com mais de duas horas de duração partam de Congonhas, deve alterar pouco o quadro, segundo dados do CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea).
Das 640 operações/dia em Congonhas, só dez serão cortadas, segundo o novo critério: para os destinos Fortaleza, Cuiabá, Recife e Salvador. No caso da capital baiana e do Mato Grosso, só quando os planos de vôo previrem mais de 120 minutos de viagem.
Está na proibição, agora explícita, das conexões e escalas no aeroporto, a chave da eficácia do pacote para diminuir o movimento em Congonhas. Segundo a Infraero, esses vôos são 30% do movimento do aeroporto -mas ficará a cargo das companhias aéreas redefinir sua malha em até 60 dias.


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