São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/ATRASOS

Superlotado, Cumbica tem 30% dos vôos atrasados

Até as 19h, 31,3% dos vôos programados tinham atrasos superiores a uma hora

Para a Infraero, o motivo foi a "bagunça" na malha aérea causada pela transferência dos vôos de Congonhas, determinada pela Anac


WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com o boicote das empresas aéreas a Congonhas e a suspensão da venda de passagens de vôos que partam daquele aeroporto, o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), ficou congestionado. Houve atrasos, filas nos guichês e passageiros dormindo no chão.
Dos 204 vôos previstos até as 19h, 64 (31,3%) sofreram atrasos superiores a uma hora e 14 (6,8%) foram cancelados. Segundo a Infraero, o motivo foi a "bagunça" causada na malha aérea das companhias pelos vôos alternados de Congonhas - até as 15h50, 32 vôos foram deslocados para Cumbica.
Outro fator foi a neblina, que reduziu a visibilidade. Entre as 6h29 e as 10h, os aviões foram operados manualmente.
Segundo um controlador do Cindacta-2 (Curitiba), a sobrecarga em Cumbica obriga, desde o início da semana, mais aviões a voar em círculos, na espera para pousar. Eram quatro nessa situação no entorno de Curitiba na segunda pela manhã, antes de ir a Cumbica.
Ontem, passageiros discutiram com funcionários da Gol e houve tumulto. As filas só não foram maiores pois a TAM desistiu de vender passagens também em Cumbica. Segundo a Gol, apesar do aumento na procura, a companhia seguiu vendendo passagens, mas os vôos já estavam lotados por causa dos transferidos de Congonhas.
A Varig também vendeu passagens nos poucos vôos disponíveis, mas a maioria estava atendendo a passageiros de vôos cancelados anteontem.
Segundo a Infraero, Cumbica tem condições de receber os vôos extras -anteontem foram 91 -que se somam aos 450 vôos que o terminal opera em média por dia, entre pousos e decolagens. O órgão não soube informar quantos passageiros a mais estão utilizando Cumbica. Por dia, são cerca de 48 mil.
Algumas pessoas tentavam embarcar desde segunda-feira -caso da professora universitária Hebe Ripardo, 40. Ela e o marido, Eduardo Júnior, 34, tinham passagem marcada para às 20h05 de segunda em Congonhas. O vôo foi cancelado duas vezes, primeiro para terça às 16h e, com o fechamento do aeroporto, para ontem às 22h.
No início da noite, Eduardo se envolveu numa confusão com cinco funcionários da Gol, ao saber que dois americanos embarcariam às 19h, antes dele. Ele invadiu o balcão da companhia e foi cercado pelos atendentes, que acusou de agressão. Até as 20h30, todos prestavam depoimento na delegacia do aeroporto. Em nota, a Gol disse lamentar o incidente.


Colaborou a Agência Folha


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