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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/ATRASOS
Superlotado, Cumbica tem 30% dos vôos atrasados
Até as 19h, 31,3% dos vôos programados tinham atrasos superiores a uma hora
Para a Infraero, o motivo foi a "bagunça" na malha aérea causada pela transferência dos vôos de Congonhas, determinada pela Anac
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com o boicote das empresas
aéreas a Congonhas e a suspensão da venda de passagens de
vôos que partam daquele aeroporto, o aeroporto de Cumbica,
em Guarulhos (Grande São
Paulo), ficou congestionado.
Houve atrasos, filas nos guichês e passageiros dormindo
no chão.
Dos 204 vôos previstos até as
19h, 64 (31,3%) sofreram atrasos superiores a uma hora e 14
(6,8%) foram cancelados. Segundo a Infraero, o motivo foi a
"bagunça" causada na malha
aérea das companhias pelos
vôos alternados de Congonhas
- até as 15h50, 32 vôos foram
deslocados para Cumbica.
Outro fator foi a neblina, que
reduziu a visibilidade. Entre as
6h29 e as 10h, os aviões foram
operados manualmente.
Segundo um controlador do
Cindacta-2 (Curitiba), a sobrecarga em Cumbica obriga, desde o início da semana, mais
aviões a voar em círculos, na espera para pousar. Eram quatro
nessa situação no entorno de
Curitiba na segunda pela manhã, antes de ir a Cumbica.
Ontem, passageiros discutiram com funcionários da Gol e
houve tumulto. As filas só não
foram maiores pois a TAM desistiu de vender passagens também em Cumbica. Segundo a
Gol, apesar do aumento na procura, a companhia seguiu vendendo passagens, mas os vôos
já estavam lotados por causa
dos transferidos de Congonhas.
A Varig também vendeu passagens nos poucos vôos disponíveis, mas a maioria estava
atendendo a passageiros de
vôos cancelados anteontem.
Segundo a Infraero, Cumbica
tem condições de receber os
vôos extras -anteontem foram
91 -que se somam aos 450
vôos que o terminal opera em
média por dia, entre pousos e
decolagens. O órgão não soube
informar quantos passageiros a
mais estão utilizando Cumbica.
Por dia, são cerca de 48 mil.
Algumas pessoas tentavam
embarcar desde segunda-feira
-caso da professora universitária Hebe Ripardo, 40. Ela e o
marido, Eduardo Júnior, 34, tinham passagem marcada para
às 20h05 de segunda em Congonhas. O vôo foi cancelado
duas vezes, primeiro para terça
às 16h e, com o fechamento do
aeroporto, para ontem às 22h.
No início da noite, Eduardo
se envolveu numa confusão
com cinco funcionários da Gol,
ao saber que dois americanos
embarcariam às 19h, antes dele. Ele invadiu o balcão da companhia e foi cercado pelos atendentes, que acusou de agressão.
Até as 20h30, todos prestavam
depoimento na delegacia do aeroporto. Em nota, a Gol disse
lamentar o incidente.
Colaborou a Agência Folha
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