São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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THEODORO BENEDITO MEIRELLES FREIRE (1916-2009)

A pintura como um presente dos céus

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Contam os amigos que Theodoro Meirelles Freire, aos cinco anos, logo após ficar órfão, rezou para que Deus o fizesse artista. E o que queria aconteceu: por quase toda a vida, manteve-se com sua arte, lembram as amigas e artistas plásticas Marilyn Diggs e Irene Simmons.
Theodoro foi criado pelos avós em SP. Desenhava desde menino e recebeu sua primeira encomenda aos 16. Por um período, morou no Rio. Sua vida por lá, diz Marilyn, era "espartana": com horários extremamente rígidos, passava horas observando a cidade e registrando, por meio da pintura, o que via.
Também morou (e pintou) em Ouro Preto (MG), mas gostava mesmo de SP. Membro da APBA (Associação Paulista de Belas Artes) desde 1946, ocupou vários cargos na associação. Pintou em igrejas e trabalhou num painel cujo projeto era de Portinari. Teve ainda um ateliê, onde deu aulas. "Ele tinha um estilo próprio: trabalhava tinta a óleo em cima de desenhos, além de ser um mestre da aquarela e do nanquim."
Escreveu a letra do "Hino do Artista", que diz: "Somos artistas, felizes pintamos/ Tudo o que é belo, criado por Deus/ Somos constantes, por isso amamos/ A nossa arte, presente dos céus". Irene, que era também sua vizinha, afirma que Theodoro era desprendido e culto.
Morreu na quarta, aos 92, de falência de órgãos. Solteiro, não deixa filhos. A missa de sétimo dia será na terça, às 17h, na igreja N. Senhora do Perpétuo Socorro, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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