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THEODORO BENEDITO MEIRELLES FREIRE (1916-2009)
A pintura como um presente dos céus
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Contam os amigos que
Theodoro Meirelles Freire,
aos cinco anos, logo após ficar órfão, rezou para que
Deus o fizesse artista. E o que
queria aconteceu: por quase
toda a vida, manteve-se com
sua arte, lembram as amigas
e artistas plásticas Marilyn
Diggs e Irene Simmons.
Theodoro foi criado pelos
avós em SP. Desenhava desde menino e recebeu sua primeira encomenda aos 16.
Por um período, morou no
Rio. Sua vida por lá, diz Marilyn, era "espartana": com
horários extremamente rígidos, passava horas observando a cidade e registrando, por
meio da pintura, o que via.
Também morou (e pintou)
em Ouro Preto (MG), mas
gostava mesmo de SP.
Membro da APBA (Associação Paulista de Belas Artes) desde 1946, ocupou vários cargos na associação.
Pintou em igrejas e trabalhou num painel cujo projeto
era de Portinari. Teve ainda
um ateliê, onde deu aulas.
"Ele tinha um estilo próprio: trabalhava tinta a óleo
em cima de desenhos, além
de ser um mestre da aquarela
e do nanquim."
Escreveu a letra do "Hino
do Artista", que diz: "Somos
artistas, felizes pintamos/
Tudo o que é belo, criado por
Deus/ Somos constantes,
por isso amamos/ A nossa arte, presente dos céus".
Irene, que era também sua
vizinha, afirma que Theodoro era desprendido e culto.
Morreu na quarta, aos 92,
de falência de órgãos. Solteiro, não deixa filhos. A missa
de sétimo dia será na terça,
às 17h, na igreja N. Senhora
do Perpétuo Socorro, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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