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VIOLÊNCIA
Em depoimento à Justiça, o universitário Gaby Boulos disse que abordou crianças no semáforo para comprar drogas
Acusado nega abuso e diz que menina tem ligação com o tráfico
ALEXANDRE HISAYASU
DA REPORTAGEM LOCAL
O universitário Gaby Boulos, 27,
acusado de abusar sexualmente
de uma menina de 12 anos que jogava malabares em um semáforo,
disse ontem, em depoimento à
Justiça, que a vítima e o amigo dela, um garoto de 13 anos, têm ligações com o tráfico de drogas. Ele
negou a acusação de abuso sexual.
Segundo a Folha apurou, Boulos admitiu que é "usuário eventual" de drogas e acusou a menina
e o garoto de terem inventado a
denúncia de abuso porque ele
ameaçou delatá-los à polícia. Ele
está preso desde o dia 27 de julho.
Boulos afirmou que no dia 20 de
julho foi com seu carro, um Peugeot, até a av. Deputado Jacob Salvador Zveibil, na zona oeste, onde
crianças que jogam malabares seriam "aviões" (entregadores) de
traficantes de drogas.
Ele contou que deu R$ 50 para o
menino, que repassou o dinheiro
para a menina ir buscar drogas.
Boulos teria aceitado dar carona
aos dois a pedido do garoto.
Quando a menina voltou, ainda
segundo a versão do acusado, entrou no carro e disse que havia sido assaltada. Boulos teria se irritado e começado a discutir.
Pelo depoimento, o garoto saiu
do carro e o universitário andou
por alguns minutos discutindo
com a menina. Depois, parou
próximo a um restaurante e a empurrou para fora do veículo.
A audiência ocorreu ontem, no
fórum da Barra Funda, a portas
fechadas. Os advogados de Boulos, Carlos Mendes e Luiz Flávio
D'Urso -que também é presidente da OAB-SP-, não conversaram com os jornalistas. O promotor Marcelo Barone também
não comentou o caso.
Hoje será decretado segredo de
Justiça para preservar a integridade da vítima.
Denúncia
Boulos é processado por atentado violento ao pudor e cárcere
privado. Segundo denúncia do
Ministério Público, as crianças
entraram no Peugeot do universitário com a promessa de que ele
lhes pagaria um lanche.
Minutos depois, o menino teria
saído do carro. O universitário,
ainda segundo a denúncia, abusou da menina no Peugeot e a
abandonou em frente a um restaurante, onde ela foi socorrida.
Ela decorou a placa do carro.
A menina foi examinada no
Hospital Pérola Byington por legistas do IML. O laudo indica que
ela foi vítima de "atos libidinosos"
e com "uso de violência". Os médicos também concluem que as
lesões "são compatíveis com provável tentativa de coito anal".
Os advogados de Boulos contrataram o consultor em medicina
forense Wilmes Roberto Teixeira,
que elaborou um parecer no qual
afirma que, com base no laudo do
IML, não existe comprovação
científica dos atos libinosos relatados pela menina à polícia.
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