|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Estudante é morto por dupla de ladrões em Santo André
Segundo testemunhas, jovem se recusou a entregar Palio ano 2005 ao ser abordado em congestionamento às 20h
Renato Inácio Arias, 23, foi abordado por dois homens quando estava com o carro parado no trânsito, por volta das 20h de anteontem
DA REVISTA DA FOLHA
O universitário Renato Inácio Arias, 23, foi assassinado
com um tiro na cabeça durante
uma tentativa de assalto em
Santo André (Grande São Paulo). Testemunhas disseram à
polícia que o estudante se recusou a entregar seu carro, um
Palio cinza, ano 2005, a dois ladrões quando levou o tiro. O assassinato aconteceu por volta
das 20h de anteontem.
Segundo a polícia, o veículo
estava parado, por causa do
trânsito, na alça de acesso à
avenida Prestes Maia, no sentido São Bernardo do Campo,
perto do viaduto Luís Meira, no
bairro Sacadura Cabral.
O jovem cursava o segundo
ano de administração de empresas na Fundação ABC. O estudante, que também trabalhava como ferramenteiro da Mercedes-Benz, estava seguindo
para sua casa, em Diadema.
Ainda de acordo com testemunhas, dois homens surgiram
correndo -um deles carregava
uma arma que parecia ser um
revólver. Em seguida, conforme o relato, viram o corpo de
Arias tombar para o lado esquerdo, ainda dentro do carro,
que, na seqüência, invadiu o
canteiro central da avenida, parando ao bater numa placa.
Os dois vidros dianteiros do
Palio estavam abertos, possivelmente por causa do calor.
Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, os ladrões fugiram em direção à antiga favela
conhecida como Corintinha,
próxima a um campo de futebol
de terra no mesmo bairro.
As testemunhas relataram à
PM que um dos ladrões era moreno e o outro, branco, ambos
com cerca de 1,70 m. O moreno
estava armado. Ninguém havia
sido preso até o final da tarde
de ontem. De acordo com a polícia, nada foi roubado do carro.
Foi o terceiro caso de latrocínio (roubo seguido de morte)
na Grande São Paulo em 11 dias.
No dia 13, Tamires Burlani, 19,
foi morta em Diadema por causa do carro. Na última terça, na
mesma cidade, o chefe de manutenção Olavo Guimarães, 54,
foi baleado no rosto quando ladrões, em uma moto, tentaram
roubar seu Fiesta.
"Crime comum"
Durante o velório ontem à
tarde no cemitério Paulicéia,
em São Bernardo do Campo, os
pais de Arias, o irmão, de 22
anos, familiares, amigos e colegas da faculdade e do trabalho
não se conformavam.
""Chegamos a total falta de
segurança. Tiram a vida das
pessoas por nada", disse José
Carlos Serna, 54, ajustador ferramenteiro, primo do rapaz.
Ele contou que Arias havia
trocado recentemente de carro.
"Ter um carro novo é o sonho
de todo jovem. Mas eu não
acredito, devido à sua formação
evangélica, que ele tenha reagido ao assalto", disse. "O que eu
imagino que possa ter ocorrido
é ele ter se assustado com os ladrões e a arma em sua direção."
Arias trabalhou até as 15h na
fábrica, ainda segundo o parente, foi para a faculdade, onde estudava das 16h às 19h, e estava
voltando para pegar os pais e
seguir a um culto evangélico.
"Esses crimes em sinal de
trânsito estão cada vez mais comuns nesta região. E não enxergamos uma possibilidade
mínima de mudança", disse.
Texto Anterior: Curitiba: Família protesta após morte de estudante Próximo Texto: Gilberto Dimenstein: Reféns dos filhos Índice
|