São Paulo, terça-feira, 26 de agosto de 2008

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Granada explode em baile funk e fere 13

Suspeito de ter levado o explosivo ao baile, na favela de Antares, na zona oeste do Rio, foi achado morto a tiros horas depois

Testemunhas disseram à polícia que um homem dançava exibindo na mão o artefato, que caiu; um ferido continuava internado


DA SUCURSAL DO RIO

A explosão acidental de uma granada de fabricação caseira feriu 13 pessoas que participavam de um baile funk na madrugada de ontem, na favela de Antares, em Santa Cruz (zona oeste do Rio).
Horas depois, o suspeito de ser o responsável pelo explosivo, Eduardo Campos da Silva, 30, foi encontrado morto com tiros na cabeça e no peito, à beira da linha férrea, perto de Antares. A polícia acredita que ele era da quadrilha local e tenha sido morto por traficantes em retaliação pela explosão.
De acordo com relatos de testemunhas à polícia, um homem dançava no baile funk, numa rua da favela, exibindo a granada em uma das mãos.
Por volta das 3h20, o artefato caiu acidentalmente, quicou no chão algumas vezes e rolou em direção a um grupo de jovens.
Os estilhaços de granada se espalharam pela área e feriram ao menos 13 pessoas, a maioria nas pernas. Cinco dos feridos eram menores de 18 anos -sendo um de 11 anos.
Quase todas as vítimas sofreram lesões leves e foram liberadas ainda pela manhã. Dois homens tiveram problemas um pouco mais graves. Rafael Rodrigues, 19, teve o pé esquerdo e a perna direita suturados, mas já teve alta. Jorge Marcus Chaves, 34, continuava internado para sofrer cirurgia no dedão do pé direito, que corria o risco de perder.

Corpo
O corpo de Eduardo Silva foi encontrado por parentes. Estava ao lado da linha de trem, com tiros na cabeça e no peito.
Sete cápsulas de pistola foram encontradas próximas ao cadáver, que apresentava ferimentos nas pernas semelhantes aos provocados pelos estilhaços de granada.
João Dias, delegado-adjunto da 36ª Delegacia de Polícia (Santa Cruz), afirmou que os criminosos da região mataram Silva quando souberam que ele tinha sido o responsável pela explosão da granada.
O titular da delegacia, Aguinaldo Ribeiro da Silva, foi mais prudente, embora considere essa versão a mais provável.
"Os traficantes não gostam de chamar a atenção para a favela e, com a explosão da granada, a polícia foi até o local. Então acreditamos que eles possam ter envolvimento nessa morte. Mas vamos continuar investigando até ter mais elementos", afirmou Silva.
De acordo com ele, Eduardo Campos da Silva já tinha passagem pela polícia sob a acusação de tráfico de drogas. A PM, por sua vez, nega que houvesse registro contra ele.


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