São Paulo, quarta-feira, 26 de agosto de 2009

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REINTEGRAÇÃO

Moradores de área no Capão Redondo dizem não ter aonde ir

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após a reintegração de posse de um terreno no Capão Redondo (zona sul de SP), cerca de mil pessoas permaneciam no entorno dizendo não ter para onde ir. Na tarde de ontem, todos os 800 barracos dos 2.000 moradores da favela Olga Benário foram derrubados.
Famílias que optaram por não ir para abrigos ou casas de parentes armaram 90 barracos em frente à antiga favela. Desabrigados dividiam o espaço com lama, lixo, pneus, gatos e cachorros.
A maior parte passou a noite de anteontem lá; outros dormiram numa igreja e passaram o dia na rua.
"Perdi tudo. Para abrigo da prefeitura eu não vou. Lá não é lugar para levar a família", disse o pastor Raimundo Medeiros do Nascimento.
Por volta das 16h, cerca de 200 desabrigados protestaram para chamar a atenção de um representante da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Um dos objetivos era incluir as famílias num programa habitacional, algo que não seria imediato, segundo o órgão, devido ao processo burocrático.
No terreno, era comum ver pessoas revirando os escombros para buscar algo. Um grupo distribuía alimentos.
No fim do dia, caminhões da proprietária da área, a Viação Campo Limpo, que transportavam pertences encerravam os trabalhos. A PM retirou seu efetivo e, após as 18h, fez rondas esporádicas, segundo moradores.


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