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REINTEGRAÇÃO
Moradores de área no Capão Redondo dizem não ter aonde ir
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após a reintegração de posse de um terreno
no Capão Redondo (zona sul
de SP), cerca de mil pessoas
permaneciam no entorno dizendo não ter para onde ir.
Na tarde de ontem, todos os
800 barracos dos 2.000 moradores da favela Olga Benário foram derrubados.
Famílias que optaram por
não ir para abrigos ou casas
de parentes armaram 90 barracos em frente à antiga favela. Desabrigados dividiam o
espaço com lama, lixo,
pneus, gatos e cachorros.
A maior parte passou a
noite de anteontem lá; outros dormiram numa igreja e
passaram o dia na rua.
"Perdi tudo. Para abrigo da
prefeitura eu não vou. Lá não
é lugar para levar a família",
disse o pastor Raimundo
Medeiros do Nascimento.
Por volta das 16h, cerca de
200 desabrigados protestaram para chamar a atenção
de um representante da
CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
e Urbano). Um dos objetivos
era incluir as famílias num
programa habitacional, algo
que não seria imediato, segundo o órgão, devido ao
processo burocrático.
No terreno, era comum ver
pessoas revirando os escombros para buscar algo. Um
grupo distribuía alimentos.
No fim do dia, caminhões
da proprietária da área, a
Viação Campo Limpo, que
transportavam pertences
encerravam os trabalhos. A
PM retirou seu efetivo e,
após as 18h, fez rondas esporádicas, segundo moradores.
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