São Paulo, quinta-feira, 26 de agosto de 2010

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Escola de Bertazzo está na mira das desapropriações

JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO

A dez dias de estrear seu novo espetáculo, o coreógrafo Ivaldo Bertazzo ficou sabendo que sua escola, localizada na rua Cotoxó, está na mira das desapropriações decorrentes da Operação Urbana Água Branca.
A edificação de concreto aparente e pé direito alto tem dois dos quatro pilares que a sustentam um pouco para fora do alinhamento da calçada, bem na área do prolongamento da Cotoxó, uma das 56 intervenções viárias previstas para aquela região.
A obra ligará a Venâncio Aires à Turiaçu, criando um corredor de entrada para o estacionamento do shopping Bourbon, e pode pôr a escola de Bertazzo abaixo.
"Estava com um problema para encontrar a música do espetáculo, mas, graças a isso, tive que me deparar com a vida real", diz o coreógrafo.
Uma vizinha da escola negava-se a acreditar que a rua, fechada com um portão elétrico, fosse se transformar em outra coisa. "Não é verdade", dizia ao passar os olhos sobre o projeto da Emurb.
Do outro lado da quadra, na rua Bárbara Veitieka, outra vila residencial de acesso restrito, com saída para a Turiaçu, será atravessada pela extensão da Cotoxó.
No meio do caminho, uma meia dúzia de casas. A residência de número 131, em obras, ostentava um reboco fresco e uma coifa de aço inox nova em folha. "A dona deve mudar em um mês", disse um dos operários.
Enquanto olhava para a casa da futura vizinha, a professora Silvia Tommasini criticava o plano da prefeitura.
"Adensar o tráfego aqui é insustentável. Tá na cara que o prolongamento dessa rua é para o mercado imobiliário."


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