|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Escola de Bertazzo está na mira das desapropriações
JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO
A dez dias de estrear seu
novo espetáculo, o coreógrafo Ivaldo Bertazzo ficou sabendo que sua escola, localizada na rua Cotoxó, está na
mira das desapropriações decorrentes da Operação Urbana Água Branca.
A edificação de concreto
aparente e pé direito alto tem
dois dos quatro pilares que a
sustentam um pouco para fora do alinhamento da calçada, bem na área do prolongamento da Cotoxó, uma das 56
intervenções viárias previstas para aquela região.
A obra ligará a Venâncio
Aires à Turiaçu, criando um
corredor de entrada para o
estacionamento do shopping
Bourbon, e pode pôr a escola
de Bertazzo abaixo.
"Estava com um problema
para encontrar a música do
espetáculo, mas, graças a isso, tive que me deparar com a
vida real", diz o coreógrafo.
Uma vizinha da escola negava-se a acreditar que a rua,
fechada com um portão elétrico, fosse se transformar em
outra coisa. "Não é verdade",
dizia ao passar os olhos sobre
o projeto da Emurb.
Do outro lado da quadra,
na rua Bárbara Veitieka, outra vila residencial de acesso
restrito, com saída para a Turiaçu, será atravessada pela
extensão da Cotoxó.
No meio do caminho, uma
meia dúzia de casas. A residência de número 131, em
obras, ostentava um reboco
fresco e uma coifa de aço
inox nova em folha. "A dona
deve mudar em um mês",
disse um dos operários.
Enquanto olhava para a
casa da futura vizinha, a professora Silvia Tommasini criticava o plano da prefeitura.
"Adensar o tráfego aqui é
insustentável. Tá na cara que
o prolongamento dessa rua é
para o mercado imobiliário."
Texto Anterior: Área do Playcenter terá parque e avenida Próximo Texto: Frases Índice
|