DO RIO - O ex-procurador-geral de Justiça do Rio, Antonio Biscaia, negou ontem que tenha interferido no processo que resultou na transferência da guarda de Joanna Marins, 5, para o pai, o serventuário da Justiça André Marins.
A menina morreu no dia 13, após quase um mês em coma por motivos ainda não esclarecidos - a mãe suspeita de maus-tratos, mas o pai nega.
Na semana passada, a Folha teve acesso a uma certidão na qual um oficial de Justiça, que cumpria um mandado de busca e apreensão da menina, relatava estar na casa do avô paterno da criança quando este lhe teria passado uma ligação de Biscaia. O ex-procurador é tio de André.
Segundo a certidão, Biscaia teria dito: "Você sabe com quem está falando?".
O ex-procurador, que concorre ao cargo de deputado federal nas eleições deste ano, contesta. "Nunca utilizei essa expressão."
Segundo ele, ao ver a ligação, o próprio oficial teria pedido para conversar, sob o argumento de ter sido seu aluno.


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