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EDUCAÇÃO
Paulo Renato diz que filósofo foi precipitado ao pedir demissão; escolhida é secretária de Política Educacional do MEC
Eunice Durham substitui Giannotti no CNE
da Sucursal do Rio
O ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, anunciou ontem
que a antropóloga Eunice Durham, professora da USP (Universidade de São Paulo), ocupará no
Conselho Nacional de Educação a
vaga que era do filósofo José Arthur Giannotti, cujo pedido de demissão foi aceito pelo governo.
Souza anunciou a substituição
depois de discutir o assunto ontem
de manhã com o presidente Fernando Henrique Cardoso, amigo
de Giannotti há mais de 40 anos.
"Acho que houve precipitação
(de Giannotti ao se demitir), pois o
caso ainda está em julgamento",
afirmou Paulo Renato, após participar do seminário "Educação,
Força de Trabalho e Competitividade", promovido pelo Inae (Instituto Nacional de Altos Estudos).
Giannotti pediu desligamento do
CNE por discordar da decisão do
conselho de transformar a Faculdade Anhembi Morumbi (de São
Paulo) em universidade.
Giannotti argumenta que a faculdade não tem condições mínimas para ser uma universidade.
A transformação em universidade é ambicionada pelas faculdades
privadas por lhes dar facilidades,
como a de criar e extinguir cursos
livremente, por exemplo.
O ministro contou que conversou sobre o assunto com Giannotti
no último domingo.
Na ocasião, ficou claro que não
seria possível fazer o conselheiro
mudar de idéia.
"O professor Giannotti me disse
que o fato de seu pedido de demissão ter sido divulgado o tornava irrevogável, para não parecer que
ele estava pressionando o conselho
(com uma ameaça de demissão)",
afirmou o ministro.
Nomeação
A nomeação de Eunice Durham
será publicada oficialmente hoje.
Ela exerce atualmente o cargo de
secretária de Política Educacional
do Ministério da Educação.
Souza assegurou que não houve
irregularidades no processo da
Anhembi Morumbi.
O ministro afirma que, "tradicionalmente, há um desejo muito
grande, por parte das faculdades,
de virar universidades", para sair
"da situação de total falta de liberdade".
"Defendo a saída do Ministério
da Educação do tipo de controle da
universidade que chamo de credencialista", disse o ministro.
Souza defende que a atuação de
seu ministério na fiscalização fique
restrita a outros tipos de procedimento, como o provão (que acompanha o desempenho de alguns
cursos a partir de exames feitos pelos alunos no último ano) e de mecanismos como a portaria que
obriga as faculdades a divulgar
suas condições de ensino.
"Quero (para o MEC) um papel
mais vinculado à avaliação que ao
credenciamento das faculdades",
declarou o ministro.
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